Produção brasileira de biogás será modelo para o Uruguai



A iniciativa de Itaipu Binacional para produção de biogás em pequenas propriedades rurais da região oeste do Paraná, a partir do aproveitamento dos dejetos da atividade agropecuária, será repetida no Departamento (Estado) de San Jose, próximo a Montevidéu, no Uruguai. 

O memorando de entendimento para desenvolver o projeto foi assinado na última sexta-feira (23), no Parque Tecnológico Itaipu (PTI), na usina de Itaipu, em Foz do Iguaçu, no Paraná, por representantes da binacional, Eletrobras e Administração Nacional de Usinas e Transmissões Elétricas do Uruguai (UTE), ligada ao Ministério da Indústria, Energia e Mineração daquele país.

No condomínio, que reúne 33 pequenos produtores rurais, dejetos da produção agropecuária (suínos e gado leiteiro) são transferidos para biodigestores, para extração do gás metano. Os biodigestores estão conectados por 22 quilômetros de gasoduto a uma central termelétrica, que abastece com energia as propriedades rurais. Todo o excedente poderá ser vendido para a distribuidora de energia do Estado e a matéria orgânica residual do biodigestor é transformada em um biofertilizante de alta qualidade. Ou seja, o que antes era um problema ambiental, agora transforma-se em nova fonte de renda para o agricultor.

É essa a experiência que o Uruguai pretende implantar no país. “O projeto representa o ponto de partida para a transformação dos resíduos da indústria, da agroindústria, em energia. E também é fundamental para a integração dos nossos povos, dos nossos países”, disse o ministro Ramón Méndez.

De Itaipu para o mundo

O projeto é patrocinado pela Eletrobras, por meio de um grupo que reúne as 13 maiores empresas de energia elétrica do mundo. A ideia é fortalecer a meta das Nações Unidas de atendimento pleno de energia elétrica para toda a população do planeta até 2030. Atualmente, cerca de 1,3 bilhão de pessoas ainda não são atendidas com energia elétrica – quase 20% da população mundial.

O presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto, acrescentou que o biogás representa uma energia limpa e barata, com caráter sustentável, e prova que mesmo grandes empreendimentos – como Itaipu – podem gerar impacto positivo na comunidade que atua. “É um exemplo de como um aproveitamento hidrelétrico tem facetas de desenvolvimento nacional, regional, mas também local”, elogiou.

Modelo

No Uruguai, serão 31 pequenas propriedades rurais, produtoras de leite, conectadas a uma microcentral termelétrica por 14 quilômetros de gasoduto. O projeto foi dividido em três fases. Quando estiver totalmente concluído, daqui a dois anos, terá uma produção total diária de 780 metros cúbicos de gás (ante 800 metros cúbicos na experiência brasileira), com possibilidade de venda da energia elétrica gerada para a concessionária local.

Levantamento apresentado por três alunos uruguaios do curso de Energias Renováveis da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), de Foz do Iguaçu, mostra que em 2012 a estimativa é que o país tivesse 732 mil cabeças de gado leiteiro e 220 mil suínos, com potencial de produção de até 78 milhões de metros cúbicos de gás por ano – ou 12,6 MW.

O projeto de geração de energia elétrica a partir do biogás no departamento de San Jose também tem entre os parceiros a Global Sustainable Electricity Partnership (GSEP), do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e do Instituto Nacional de Investigación Agropecuaria (Inia).

Fontes:

Itaipu Binacional




29/08/2013 18:01


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