PRODUTORES INDEPENDENTES DE ENERGIA PEDEM POLÍTICA INTEGRADA DE PREÇOS



O representante da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia Elétrica, Sérgio Weigert Ennes, defendeu uma maior convergência entre os setores de geração elétrica e de produção de gás. Ele argumentou que, em cinco anos, metade do consumo de gás natural será destinado à geração de eletricidade. Por isto, afirmou, a política de preços dos dois setores precisa ser considerada em conjunto.

Ennes falou aos senadores da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), durante audiência pública para discutir a política de preços para o gás natural, nesta terça-feira (dia 21). Para ele, é necessária a fixação de uma política nacional de preços para as centrais térmicas. O representante dos produtores independentes de energia afirmou que a política de preços do gás natural deve considerar que o competidor é a energia hidrelétrica e, por isso, o preço do combustível não deve ser indexado ao do petróleo.

Ele defendeu que as distribuidoras de gás possam fazer a composição de seus próprios preços. A sistemática atual de preços estabelecida em portaria conjunta dos Ministérios da Fazenda e das Minas e Energia, deve ficar restrita aos 30 milhões de metros cúbicos importados diariamente da Bolívia, defendeu. Também sugeriu o fim da obrigatoriedade de que os consumidores obtenham todo o gás que precisarem de um mesmo fornecedor. "Isto não estimulará o aparecimento de novos fornecedores no mercado", afirmou.

GASPETRO

Já o diretor da Gaspetro, Richard Olm, ressaltou a importância de se planejar o suprimento para atender à ampliação do mercado. Lembrou que, hoje, a participação do gás na produção da energia é de 3%, índice que deve chegar a 12% em 2010. Os 12 milhões de metros cúbicos de gás natural consumidos diariamente devem pular para 75 milhões.

As reservas brasileiras, calculadas hoje em 225 bilhões de metros cúbicos, são menores que as reservas bolivianas, argentinas e venezuelanas. O gás brasileiro, segundo Olm, está concentrado na bacia de Campos (60%) e em reservas na Bahia, Rio Grande do Norte e bacia amazônica.

O diretor da Gaspetro chamou a atenção para o fato de que o custo do gás representa metade dos investimentos para pôr em funcionamento uma termelétrica. Seu custo de investimento em bens e equipamentos equivale a 45% do valor. Do total, 80% dos custos são feitos em moeda estrangeira. Lembrou, no entanto, que grande parte da utilização industrial do gás natural é em substituição a óleos combustíveis.

21/11/2000

Agência Senado


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