PROJETO DE PAULO SOUTO PREVÊ PENAS MAIS DURAS PARA CRIMES CONTRA O ERÁRIO



Projeto prevendo penas mais duras para os crimes contra a administração pública foi apresentado nesta quarta-feira (dia 4), em plenário, pelo senador Paulo Souto (PFL-BA). Ele explicou que a proposta responde aos argumentos de alguns ministros do Supremo Tribunal Federal para conceder regime de prisão semi-aberto à advogada Jorgina de Freitas, fraudadora do INSS: a decisão foi amparada em lei.

Pelo projeto de Souto, os condenados por crimes como peculato, corrupção passiva e tráfico de influência só poderiam ser beneficiados com a progressão de regime de execução penal - passagem da prisão para prisão semi-aberta, por exemplo - e a liberdade condicional, caso tivessem cumprido metade da pena em regime fechado. Além disso teriam de devolver integralmente os valores subtraídos.

- São inconsistentes as alegações de que é mais difícil punir quando as penas são severas e que os que cometem crimes contra os cofres públicos podem ficar livres, já que não estariam predispostos a cometer um crime violento. Precisamos ser mais rigorosos com aqueles que se apoderam dos recursos públicos - disse o senador.

No caso do crime de peculato (apropriação pelo funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo que ocupa), a pena proposta por Souto é de três a 25 anos, e multa. O Código Penal prevê pena de dois a 12 anos, e multa. No caso da corrupção passiva (recebimento de vantagem indevida no exercício de função pública), a pena proposta é de dois a 16 anos de prisão, e multa. No código Penal, a corrupção passiva é punida com um a oito anos de prisão, e multa.

Souto lembrou que, embora tenham penas menores do que o homicídio, o peculato e a corrupção causam a sangria de dinheiro que poderia estar sendo dirigido a setores importantes, como a saúde, provocando, indiretamente, a morte de inúmeros brasileiros.

04/10/2000

Agência Senado


Artigos Relacionados


Blairo Maggi quer penas mais duras para crimes contra juízes e promotores

ANTEPROJETO PREVÊ PENAS PARA CRIMES CONTRA SAÚDE, PATENTES E SONEGAÇÃO FISCAL

Aprovadas penas mais graves para crimes contra propriedade industrial

Ministério defende penas mais duras para motoristas embriagados

CCJ deve votar projeto que agrava penas para crimes contra policiais

Requião diz que é perseguido por denunciar crimes contra o erário