Projeto pode garantir à gasolina de aviação mesmo tratamento dado ao querosene na cobrança da Cide



A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) deve examinar na próxima semana projeto de lei que concede à gasolina de aviação a mesma alíquota da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) incidente sobre o querosene utilizado na mesma atividade. Para o querosene de aviação, a alíquota da Cide-combustível instituída na lei que criou o tributo (Lei 10.336/01) é praticamente dez vez menor do que o valor aplicado sobre a gasolina de aviação, taxada no mesmo padrão da gasolina para uso em automóveis.

A diferença de tratamento foi também mantida em normas que alteraram a tributação do querosene de aviação ocorrida em 2004, como informa a relatora do projeto (PLC 67/05) na CAE, senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO), que formulou parecer favorável à proposta. Em abril daquele ano, decreto presidencial reduziu a zero a alíquota incidente sobre o querosene de aviação - porém, com a eliminação dos limites de dedução desse imposto a título de pagamento das contribuições do PIS/Pasep e da Cofins (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social).

Lúcia Vânia, em sua análise, ressalta que o Ministério da Defesa, por meio de nota técnica, tomou posição a favor da proposta. Como principal argumento, o ministério sustenta que a aviação - agrícola e geral - é uma atividade de grande importância para o país.

Na nota, informa Lúcia Vânia, a pasta da Defesa salienta que a gasolina de aviação produz grande impacto sobre o preço final dos serviços do setor, inclusive para o "desenvolvimento e a modernização da agricultura nacional". Conforme a análise do ministério, ainda, a alta incidência de tributos "incentiva o descaminho e o uso de combustíveis não autorizados, inclusive o álcool, induzindo à evasão fiscal".

Para uso na aviação, de acordo com o texto da lei que criou a Cide, o combustível estava sujeito a alíquota de R$ 92,10 por metro cúbico do produto, com dedução de R$ 16,30 por mesmo volume a título de PIS/Pasep e de R$ 75,80, pela Cofins. Já a gasolina de aviação, equiparada à de uso comum, foi gravada com alíquota de R$ 860,00 por metro cúbico, com margem de dedução de R$ 49,00 pelo PIS/Pasep e de R$ 230,10 pela Cofins.

O projeto, de autoria do deputado Roberto Balestra (PP-GO), foi originalmente distribuído no Senado para a Comissão de Serviços de Infra-Estrutura (CI), mas antes da análise foi objeto de parecer para exame também na CAE, por se tratar de matéria tributária. Depois de retornar à CI, ainda será examinado em Plenário.

Na próxima reunião, a CAE deve examinar ainda projeto de autoria do senador Pedro Simon (PMDB-RS) que propõe que os administradores de instituições financeiras fiquem sujeitos às penalidades previstas no Código de Defesa do Consumidor (PLS 355/05). Outro projeto que deve entrar na pauta, assinado pelo senador Paulo Paim (PT-RS), altera o plano de benefícios da Previdência Social para restabelecer direitos aos aposentados que retornarem ou permanecerem em atividade (PLS 464/03).



11/10/2006

Agência Senado


Artigos Relacionados


Projeto que equipara alíquota da Cide da gasolina de aviação à do querosene será votado na CAE

Petrobras registra recorde de vendas de gasolina e querosene de aviação

Senado aprova projeto que reduz Cide da gasolina de aviação

Projeto reduz alíquota da Cide incidente sobre gasolina de aviação

Jucá pede urgência para projeto que diminui Cide de gasolina de aviação

Senado pode questionar tratamento dado a Patrícia Saboya na Itália