Projeto que dificulta progressão de pena terá nova votação na CCJ
Aprovada em primeiro turno na última quarta-feira (4), a proposta que exige mais tempo para a progressão de pena - inclusive para os casos de crimes hediondos -terá de passar por mais uma votação na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado. A comissão reúne-se na quarta-feira (11) pela manhã.
A progressão de pena é um direito que permite ao preso - após ele ter iniciado a sentença em regime fechado - "progredir" para o regime semi-aberto e, posteriormente, para o regime aberto. Para obter esse benefício, o condenado deve atender a uma série de requisitos, como o de bom comportamento.
A proposta em tramitação na CCJ - na verdade, um substitutivo - surgiu a partir de dois outros textos: o PLS 30/08, projeto de lei da senadora Kátia Abreu (DEM-TO), que torna mais difícil a progressão para os condenados por crimes hediondos (como o estupro), além de tortura, tráfico ilícito de drogas e terrorismo; e o PLS 421/08, projeto de lei do senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), que também dificulta a progressão (mas não se limita aos casos de crimes hediondos) e, além disso, torna mais rigorosa a concessão do livramento condicional.
O autor do substitutivo é o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), presidente da CCJ. Oficialmente, ele recomendou a aprovação do projeto de Kátia Abreu, com algumas modificações. Mas, em seu relatório, Demóstenes explica que também incorporou parte das sugestões de Valadares, "por dispor sobre a matéria de modo mais amplo".
O tempo exigido para a progressão de pena varia conforme o caso. Por isso, o substitutivo prevê diferentes períodos para cada situação. Por exemplo, quando o preso é réu primário condenado por crime hediondo, a lei atual exige que ele cumpra dois quintos da pena para passar do regime fechado para o semi-aberto; já o substitutivo exige que, para o mesmo caso, seja cumprida metade da pena.
Essa proposta tramita na CCJ em decisão terminativa e, se aprovada, será enviada diretamente à Câmara dos Deputados.
Ricardo Koiti Koshimizu / Agência Senado
06/11/2009
Agência Senado
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