PROJETOS EM PAUTA NA CCJ BUSCAM MAIOR EFICIÊNCIA NO COMBATE AO CRIME



A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) votará nesta terça-feira (dia 14), a partir das 10h, projetos que visam dar mais eficiência ao Estado no combate ao crime. Um deles, de iniciativa do Presidente da República, e já aprovado na Câmara dos Deputados, estabelece que um cidadão, mesmo portador de identidade civil, será identificado criminalmente caso tenha sido acusado ou indiciado por homicídio doloso, assalto, receptação, assédio sexual, estupro e falsificação de documentos.

- A medida proposta permite que se imprima maior segurança na identificação de pessoas suspeitas de crimes graves, assegurando maior acuidade e eficácia às investigações policiais - diz o ministro da Justiça, José Gregori, na justificação do projeto. Segundo ele, a Constituição proíbe a identificação criminal das pessoas civilmente identificadas, salvo nas hipóteses previstas em lei. O vazio legal existente nesse campo vem causando dificuldades às autoridades policiais e levando pessoas inocentes à prisão por terem seus documentos usados, contra a sua vontade, em atos criminosos.

Outro projeto de lei de iniciativa do Executivo, e também já aprovado na Câmara, trata da utilização de meios operacionais para melhorar a prevenção e repressão ao crime, ao isentar de culpa, exceto por excessos, o policial que cometer ato ilícito quando infiltrado em organização criminosa. O projeto torna possível ainda a captação e a interceptação pela polícia de sinais eletromagnéticos, óticos e acústicos, como os de aparelhos celulares.

De autoria do senador Ramez Tebet (PMDB-MS), projeto prevendo aumento de pena em caso de maus tratos a animais também será apreciado pela CCJ. Tebet está propondo que se os animais forem submetidos a brigas ou rinhas, os responsáveis terão suas penas, relativas ao crime ambiental, aumentadas em dois terços.

Na mesma reunião, a comissão votará projeto de lei originário da Câmara e igualmente enviado àquela casa pelo Presidente da República, criando dois mil cargos na Polícia Federal, sendo 160 de perito criminal, 400 de delegado, 600 de escrivão e 840 de agente, a serem providos por concurso público.

Estão também na pauta da CCJ, projeto de autoria do senador Pedro Simon (PMDB-RS) aumentando de 70 para 75 anos a idade para aposentadoria compulsória de magistrados e ministros de tribunais; projeto de lei da Câmara tratando da prescrição de direitos relativos a contratos de seguro; e projeto de lei de autoria do senador Geraldo Cândido (PT-RJ) proibindo o uso da expressão "boa aparência" nos anúncios de recrutamento e seleção de pessoal.

Os senadores vão apreciar também proposta de Emenda Constitucional (PEC) imprimindo caráter impositivo - não apenas autorizativo - ao Orçamento; projeto de lei de autoria do senador Bernardo Cabral (PFL-AM) mudando normas referentes à investigação de paternidade; e projeto de autoria do senador Luiz Pontes (PSDB-CE) dispondo sobre encargos financeiros incidentes no crédito rural na Amazônia e no Nordeste.

10/11/2000

Agência Senado


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