Proposta que amplia composição do Conselho Monetário Nacional será examinada pela CCJ



Dois projetos de lei que têm o objetivo de ampliar a representatividade do Conselho Monetário Nacional (CMN) estão na pauta de matérias que a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) deve examinar quinta-feira (23). Em tramitação conjunta, as propostas são o PLS 337/04, do senador Aloizio Mercadante (PT-SP), e o PLS 262/04, do senador Pedro Simon (PMDB-RS). Embora tenha oferecido parecer contrário aos dois textos, a relatora, senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), apresentou, como sugestão para exame, a minuta de um projeto de lei complementar baseado nas linhas do texto de Mercadante.

A rejeição aos textos originais foi necessária, como explicou Serys, para contornar problema de constitucionalidade contido nas duas propostas. Segundo ela, os textos foram apresentados na forma de lei ordinária, quando a Constituição determina que a regulação do sistema financeiro nacional seja feita por meio de leis complementares (artigo 192 da Constituição).

Sociedade civil

Hoje, o CMN tem apenas três membros: os ministros da Fazenda e do Planejamento, Orçamento e Gestão e o presidente do Banco Central. Pelo texto apresentado por Serys, deverá incluir ainda, em sua composição, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e três representantes da sociedade civil, com reconhecida capacidade em assuntos econômico-financeiros e reputação ilibada. As nomeações serão feitas pelo presidente da República, para mandatos de dois anos, com possibilidade de recondução por igual período.

Ainda de acordo com a minuta sugerida pela relatora, o CMN deliberará mediante resoluções, por maioria de votos, com a presença, no mínimo, de quatro membros, cabendo a seu presidente o voto de qualidade em caso de empate. Pela legislação em vigor, o presidente poderá deliberar, nos casos de urgência e relevante interesse, ad referendum (confirmação posterior) dos demais membros. Essa prerrogativa é suprimida no projeto elaborado por Serys.

A matéria será ainda submetida à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), para decisão terminativa.

Publicidade oficial

Na pauta do dia 22, em que constam 77 matérias, está ainda projeto de lei da Câmara (PLC 50/06) que torna obrigatória a inserção de mensagem estimuladora do exercício da cidadania em qualquer publicidade dos serviços e obras realizadas pelos órgãos públicos federais. Essas mensagens devem reproduzir dispositivos legais e constitucionais que versam sobre direitos humanos ou proíbam qualquer forma de violência, preconceito ou discriminação - de raça, origem, religião, sexo, orientação sexual ou condição social.

A regra deve ser aplicada a publicidade veiculada em qualquer meio - impresso, televisão, rádio ou Internet. Após a mensagem transcrita, deve constar ainda a frase "Exerça a sua cidadania", de forma "perfeitamente legível, audível e visível", como estabelece o projeto, que está sendo relatado, com parecer favorável, pelo senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE).

O projeto foi apresentado à Câmara pela deputada Luiza Erundina (PSB-SP). No Senado, a proposta foi acolhida antes na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE). Depois da CCJ, o texto seguirá para exame final em Plenário.

Gorette Brandão e Rita Nardelli / Agência Senado



20/04/2009

Agência Senado


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