Propostas de mudanças eleitorais são tímidas, afirmam senadores
A falta de mudanças significativas foi a principal crítica feita pelos senadores, durante a votação, nesta segunda-feira (16), da chamada minirreforma eleitoral (PLS 441/2012). Os senadores Alvaro Dias (PSDB-PR) e Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) questionaram a autoridade política do atual Congresso Nacional para impor alterações no processo eleitoral.
- O atual Congresso não está habilitado a apresentar ao país um novo modelo político; está contaminado, poluído, não tem autoridade política para oferecer à nação o modelo político que ela aspira e impõe – afirmou Alvaro Dias, que sugeriu transferir a tarefa da reforma política ao Legislativo a ser eleito no ano que vem.
Se dizendo cético em relação à minirreforma, Rollemberg afirmou que o Congresso deve se dedicar a pautas imediatas, como a adoção do voto aberto no Parlamento. Projeto nesse sentido deve ser apreciado esta semana.
O senador Pedro Taques (PDT-MT) também criticou o alcance das mudanças, considerado muito aquém do necessário para atender as demandas da sociedade por maior lisura no processo eleitoral. Ele disse que é preciso discutir o sistema partidário e colocar fim à contratação de cabos eleitorais, "uma espécie de compra de votos".
No mesmo sentido, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) disse que a minirreforma, “cujo nome já é um acinte à opinião pública”, não muda os pontos fundamentais e até traz retrocessos.
– Eu tenho medo do que vai acontecer quando perceberem que todas as manifestações feitas não levaram à reforma que a população queria – disse Cristovam.
O senador Roberto Requião (PMDB-PR) defendeu o fim do financiamento privado das campanhas, mas reconheceu que não há consenso para tanto. Assim, a minirreforma deveria ao menos abrir aos eleitores a possibilidade de conhecerem as doações no transcorrer da campanha, e não apenas na prestação final de contas.
- Pelo menos que não agridamos a opinião pública escondendo, durante o período eleitoral, os doadores de campanha – afirmou ele.
Embora reconheçam a necessidade de mudanças mais profundas na legislação que rege as eleições, os senadores Mário Couto (PSDB-PA), Vanessa Graziottin (PCdoB) e Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), saudaram as mudanças aprovadas nesta segunda-feira (16).
- Apoio esse projeto e acho que, dentro do possível, é o que o Senado Federal pode fazer neste momento. Depois das eleições de 2014, tenho certeza absoluta, vários senadores e deputados vão ocupar a tribuna para dizer que o Brasil precisa de uma reforma política – disse Valadares.
16/09/2013
Agência Senado
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