PRORROGADO PROGRAMA DE INCENTIVOS FISCAIS DO NORTE E NORDESTE
O Congresso aprovou na noite desta terça-feira (dia 29) medida provisória que prorroga até 31 de dezembro de 1999 a vigência de incentivos fiscais destinados a promover a industrialização das regiões Norte e Nordeste. A medida possibilitará à montadora Ford instalar uma fábrica na Bahia. Defendendo a proposta, o senador Paulo Souto (PFL-BA) disse que é necessário criar mecanismos para diminuir as desigualdades regionais.- É estranho que justamente na hora em que se fala de desemprego, de desigualdades regionais, existam posições contrárias a um projeto que é bom para o país - lamentou o senador baiano.Paulo Souto lembrou que a proposta não é nova e que, portanto, o fato de possibilitar a instalação de mais uma fábrica da Ford não pode ser encarado como casuísmo. "O Congresso não está votando nada de novo, apenas prorrogando. Não creio que o Brasil possa se dar ao luxo de desprezar um projeto que diminui as desigualdades regionais", alertou. Crítica da prorrogação dos incentivos, a senadora Emilia Fernandes (PDT-RS) disse que a intenção é "apenas favorecer uma grande multinacional". A senadora gaúcha acusou o governo federal de pressionar a montadora a deixar o Rio Grande do Sul e instalar-se na Bahia. "O presidente Fernando Henrique interferiu através de ministros que pressionaram os empresários, em uma clara demonstração de discriminação do Rio Grande do Sul", afirmou.O senador Gerson Camata (PMDB-ES) também criticou a proposta. Ele entende que a prorrogação da concessão dos benefícios viola acordo firmado pelo Brasil com a Organização Mundial do Comércio. Além disso, ressaltou o senador, a medida pode trazer conseqüências negativas para o país no âmbito do Mercosul. "A Ford vai receber uma fábrica de graça. E isso pode custar caro ao Brasil", comentou.Às 22h30, quando do fechamento desta edição, o Congresso ainda analisava outras medidas provisórias.
29/06/1999
Agência Senado
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