Protesto de venezuelanos interrompe sessão do Parlasul



Advogados e jornalistas da Venezuela interromperam a sessão desta segunda-feira (21) do Parlamento do Mercosul, em Montevidéu, com protestos contra a violação de direitos humanos em seu país. Portando cartazes em defesa da liberdade de expressão, eles criticaram aos gritos os integrantes da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos do parlamento, por haverem proibido a sua participação em reunião realizada pela manhã.

Por causa dos protestos, o presidente do parlamento, uruguaio Juán José Dominguez, suspendeu a sessão e pediu a agentes de segurança que retirassem os manifestantes do plenário. Do lado de fora do edifício, os manifestantes venezuelanos lamentaram não haverem podido falar aos integrantes da comissão, apesar de haverem sido convidados, segundo afirmavam.

- Vim como representante dos presos e perseguidos políticos da Venezuela, convidado pela Comissão de Direitos Humanos. E vimos hoje como certos interesses comerciais colocam-se por cima da dignidade humana e dos direitos humanos - afirmou o advogado Gonzalo Himiob Santomé, diretor do Foro de Advogados da Venezuela.

Após dizer, já do lado de fora do edifício, que havia sido convidado a participar da reunião da comissão, ele foi contestado pelo deputado brasileiro Dr. Rosinha (PT-PR), integrante da comissão. Segundo Rosinha, o advogado não foi oficialmente convidado, pois a reunião durante a qual os venezuelanos teriam sido chamados a falar à comissão, ocorrida em Buenos Aires, não teria tido o quórum necessário, uma vez que parlamentares uruguaios não estavam presentes. Durante a reunião desta segunda, já com o quórum necessário, explicou o deputado, a proposta de convite aos manifestantes venezuelanos foi rejeitada.

- Não se podem investigar denúncias sobre um país que não é membro do Mercosul - disse Rosinha, lembrando que a Venezuela ainda não integra oficialmente o bloco.

A secretária-geral do Colégio de Periodistas da Venezuela, Silvia Alegrett, disse que existe uma ditadura na Venezuela e criticou os integrantes da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos, por não ouvir suas denúncias.



21/09/2009

Agência Senado


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