PSDB e DEM protocolam quinta representação contra Renan Calheiros
Em uma reunião realizada no início da tarde desta terça-feira (9) no gabinete do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), 19 senadores de cinco partidos com representação no Senado (PSDB, DEM, PMDB, PT, PDT) decidiram exigir a saída de Renan Calheiros (PMDB-AL) da Presidência da Casa. No encontro, O PSDB e o DEM anunciaram o encaminhamento de uma nova representação contra Renan por causa da denúncia de que um assessor do gabinete da presidência, Francisco Escórcio, tentara espionar os senadores Demóstenes Torres (DEM-GO) e Marconi Perillo (PSDB-GO).
Logo depois da reunião, por volta das 15h30, os senadores dirigiram-se ao Plenário para manifestar a posição do grupo de viva voz e na presença de Renan. Os líderes do PSDB e DEM protocolaram ali mesmo a quinta representação. Seguiu-se uma sessão tomada pela insistência dos senadores num pedido de licença por parte do presidente, que se manteve em Plenário até às 18h30 reafirmando sua inocência e defendendo o direito de permanecer no comando da Casa.
Além de exigir a licença de Renan, a frente suprapartidária deu até o dia 2 de novembro para que todas as representações contra Renan sejam votadas no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. A partir daquela data, os senadores prometem entrar em obstrução total, ou seja, impedir a formação do quórum necessário às votações.
- Vamos convocar a base governista a parar as votações. A base não pode trair a instituição - disse à entrada do Plenário o líder do DEM, José Agripino (RN).
Para a senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), uma das presentes ao encontro, o clima resultante da sessão plenária desta casa terá o mesmo efeito de uma obstrução:
- Não há mais disposição para se votar nada enquanto a situação do presidente não for resolvida - avaliou a senadora.
Marisa Serrano observou que o afastamento de Renan foi pedido por seis líderes de partidos.
- Nem o líder do partido dele [Renan] nem o líder do partido do governo o defenderam -disse a senadora
Na opinião do senador Valter Pereira (PMDB), o clima da sessão desta terça foi o de "delegacia de polícia". Ele propõe um "amplo acordo partidário" que permita a solução da crise. Uma das idéias do senador é que o projeto de um regimento para o Conselho de Ética, que vai a votação nesta quarta-feira (10) na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), inclua uma regra clara prevendo o afastamento do presidente da Casa que estiver sendo investigado.
- Hoje ele [Renan] surfa na falta de normas. Não vai se afastar enquanto não tiver uma regra clara prevendo isso - disse Valter Pereira.
- Não vejo conveniência em se incluir isso no regimento - opinou o senador Renato Casagrande (PSB-ES), lembrando que a regra do afastamento foi votada recentemente na CCJ por meio de um acordo que determinou sua vigência a partir do ano que vem.
Para o líder do DEM, o que vai resolver a crise é o estabelecimento de um cronograma de ações dentro do Conselho de Ética e a nomeação de um relator para a terceira representação contra Renan (denúncia do uso de "laranjas" na compra de jornal e duas emissoras de rádio em Alagoas). Segundo Agripino, é preciso continuar cobrando do presidente do conselho, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), a marcação dos depoimentos dos três processos que correm contra Renan.
Além do anfitrião, participaram a reunião no gabinete de Tasso os senadoresdo PSDB Arthur Virgílio (AM), Marisa Serrano (MS), Lúcia Vânia (GO), Mário Couto (PA), Marconi Perillo (GO), Álvaro Dias (PR), Papaléo Paes (AC) e Eduardo Azeredo (MG). Representavam o DEM os senadores José Agripino (RN), Demóstenes Torres (GO) e Marco Maciel. Pelo PMDB, compareceram Pedro Simon (RS) e Jarbas Vasconcelos (PE). Pelo PSB, Renato Casagrande (ES). Do PT, foram Aloizio Mercadante (SP) e Eduardo Suplicy (SP). Do PDT, compareceram Cristovam Buarque (DF) e Jefferson Peres (AM).
09/10/2007
Agência Senado
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