PSOL protocola nova representação contra Renan



O PSOL protocolou, na tarde desta quarta-feira (1º), na Secretaria Geral da Mesa do Senado, nova representação contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL). Desta vez, o partido quer que sejam investigadas as relações da família Calheiros com a cervejaria Schincariol, conforme matéria publicada pela revista Veja em 11 de julho, e ainda as denúncias a respeito de uma suposta apropriação ilegal de área rural em Murici (AL).

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- É uma solicitação de abertura de procedimento investigatório para avaliar indícios relevantes de crime contra a administração pública, tráfico de influência, intermediação de interesse privado, exploração de prestígio e abuso das prerrogativas asseguradas aos parlamentares em várias áreas - explicou a presidente do PSOL, a ex-senadora Heloísa Helena, que protocolou a representação na Secretaria Geral da Mesa.

De acordo com o texto da representação, a Conny Indústria e Comércio de Sucos - empresa do deputado Olavo Calheiros, irmão do senador - foi vendida à Schincariol por R$ 27 milhões, quando seu preço de mercado não chegava a R$ 10 milhões, ou seja, com lucro de R$ 17 milhões. Baseada na revista, a representação diz ainda que a cervejaria foi a principal financiadora da campanha dos deputados Olavo e Renildo Calheiros, com doação de R$ 200 mil a cada um.

De acordo com a representação do PSOL, mesmo a fábrica sendo propriedade de Olavo Calheiros, "os negócios de ambos se entrecruzam o tempo todo, um compra fazenda do outro, um arrenda terras para o outro, o gado de um anda na fazenda de outro e vice-versa". Ainda segundo a representação, Renan teria intercedido em favor da Schincariol em problemas com a Polícia Federal, o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) e a Receita Federal.

Outra sugestão de investigação diz respeito à acusação de Renan ter "grilado" - ou se apropriado ilegalmente -de área rural no município de Murici, supostamente de propriedade de Genival Mendes de Melo. Renan teria utilizado um "laranja", Dimário Calheiros, seu primo, como proprietário das terras.

"As graves denúncias, além de constituírem indícios da prática de atividades não lícitas pelo senador no âmbito de órgãos da União e do Senado Federal, envolvendo empresas e pessoas concessionárias do Poder Público e interesses de empresas privadas com contratos com o Poder Público, são atitudes que supostamente desprestigiariam o Senado e seus membros, em flagrante prejuízo da imagem do Poder Legislativo", diz o texto.

A representação agora será encaminhada à Mesa do Senado, que terá até 15 dias úteis para se pronunciar sobre os requisitos de admissibilidade ou arquivamento do processo. O processo é definitivamente instaurado a partir da notificação do senador. Outras duas representações foram protocoladas na Câmara: contra os deputados Olavo Calheiros Filho e Paulo Sérgio Paranhos de Magalhães.



01/08/2007

Agência Senado


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