PT propõe aumento de 20% no mínimo









PT propõe aumento de 20% no mínimo
Programa que será lançado hoje em Brasília prevê manutenção da CPMF, mas com alíquota simbólica

O programa de governo que o PT lança hoje, em Brasília, vai propor reajuste de 20% do salário mínimo (chegando a R$ 240 em 2003), manutenção da CPMF, "mas com alíquota simbólica", fim do imposto sobre exportações e crescimento de 7% da economia.

O documento tem 40 páginas e está dividido em quatro partes: introdução, desenvolvimento e crescimento, inclusão social e infra-estrutura. No lançamento do programa, o candidato do partido, Luiz Inácio Lula da Silva, fará um pronunciamento em defesa da retomada do crescimento com produção industrial e criação de empregos.

No primeiro de uma série de cadernos temáticos que o partido também lança a partir de hoje – o primeiro é sobre emprego – a meta petista é de criar, em quatro anos de governo, 10 milhões de empregos.

Além de Lula, estarão presentes ao ato de lançamento o candidato a vice-presidente, senador José Alencar (PL-MG), bem como presidentes dos partidos coligados (PT, PC do B, PL, PMN e PCB), governadores, prefeitos, parlamentares, representantes da sociedade civil, líderes sindicais e empresariais de vários estados.
O documento não sofreu muitas alterações em relação ao apresentado durante reunião do Diretório Nacional, no mês passado. Segundo o porta-voz da campanha petista, André Singer, o programa recebeu 15 emendas, algumas delas sobre a Área de Livre Comércio das América (Alca), reforma previdenciária e agricultura.
Ontem, em São Paulo, Lula tomou o café da manhã, com o comissário de comércio da União Européia, Pascal Lamy. O principal negociador europeu disse que recebeu bem a posição de Lula em relação ao fortalecimento do Mercosul.

Lula se propõe, caso seja eleito, a defender a unidade do bloco, fortalecendo a posição negociadora do Brasil no acordo Mercosul-União Européia e nas negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Ele deixou claro a Lamy que o protecionismo e os subsídios à agricultura praticados pela União Européia e pelos Estados Unidos prejudicam a agricultura brasileira e dos países emergentes.


Governo garante que não há como reajustar o salário
Um aumento de R$ 40,00 no salário mínimo, o equivalente a 20% do seu valor atual, conforme será proposto pelo PT, custaria cerca de R$ 7,2 bilhões ao ano ao País, em gastos previdenciários. A projeção foi feita pelo ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Guilherme Dias.

Segundo ele, "não há espaço" no Orçamento de 2003 para este aumento, previsto pelo candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

"Faltou dizer qual a medida que acompanha este aumento de despesas. Se algum tributo seria majorado. Ou é isso ou é cortar alguma despesa", comentou, explicando que, neste caso, a área social poderia ser afetada. Ele informou que cada aumento de R$ 1,00 no salário mínimo corresponde a gastos anualizados de R$ 180 milhões.

Dias lembrou que o salário mínimo, desde o Plano Real, cresceu "mais de 50%” (deflacionado). "Há sim uma política de elevação de salário mínimo", completou o ministro.

Já o candidato à Presidência da Frente Trabalhista, Ciro Gomes (PPS), disse considerar viável a proposta do programa econômico do PT de elevar o valor do salário mínimo em 20% no primeiro ano de governo, mas afirmou que a nova administração será marcada por arrecadação menor e uma herança do atual governo que considera problemática.

"O problema da Previdência não está na despesa, mas na receita: 57% dos trabalhadores estão na informalidade", lembrou. Ele declarou que sua meta é um salário mínimo de R$ 280.


Serra promete ênfase na área social
O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, afirmou ontem que seu programa de governo será divulgado nas próximas semanas. "Estamos discutindo internamente algumas questões mais complexas. O que o real fez pela economia nosso programa social vai fazer pelo povo", disse ele.

Serra comparou sua campanha à seleção brasileira de futebol: "Nossa campanha está acelerando como a seleção do Felipão. Essa é a nossa estratégia".

A idéia do comando de campanha tucana é intensificar as atividades de contato com o eleitorado para que o candidato possa recuperar-se nas pesquisas de intenção de voto, depois de perder o segundo lugar para o candidato do PPS, Ciro Gomes. O objetivo é fazer com que Serra cresça nessas pesquisas antes do horário eleitoral gratuito, que começa no dia 20 de agosto.

Ontem, Serra disse que um de seus maiores objetivos, caso seja eleito, será o de eliminar as barreiras protecionistas contra o Brasil. "Se não fossem as barreiras protecionistas dos Estados Unidos, da Europa e do Japão, o Brasil exportaria US$ 6 bilhões a mais somente em produtos agropecuários", disse o candidato após encontro com o representante da União Européia, Pascal Lamy.

Depois da reunião, Serra reafirmou que a estratégia será centrada no aumento das exportações, incluindo as do setor agropecuário.


Ciro e Lula empatam no Rio Grande do Sul
O candidato à Presidência da República pela Frente Trabalhista, Ciro Gomes, saltou do terceiro lugar para um empate técnico com o petista Luiz Inácio Lula da Silva, em primeiro lugar, nas intenções de voto no Rio Grande do Sul, estado que é governado pelo petista Olívio Dutra.

É o segundo estado, depois do Distrito Federal, em que a liderança de Lula fica ameaçada. Pesquisa do Instituto Soma, publicada ontem com exclusividade pelo Jornal de Brasília, revelou que Ciro, com 34% das intenções de voto no DF, ultrapassou Lula, que ficou com 31%.

No Rio Grande do Sul, os candidatos do PSDB, José Serra, e do PSB, Anthony Garotinho, registraram queda na pesquisa feita nos dias 15 a 18 de julho pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Administração, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Segundo a pesquisa, Ciro tem 27,7% das intenções de voto. Nas pesquisas anteriores do mesmo instituto, em 9 de maio e 11 e 12 de junho, o candidato tinha 17,6% e 14,5% respectivamente. Os percentuais de Lula oscilaram de 34,7% para 35,2% e para os atuais 28,4%.

Serra recuou de 26,3% em junho para 19,6% em julho. Em maio, no primeiro levantamento do Cepa, o tucano tinha 17,6% das intenções de voto. A pesquisa também mostra queda de Garotinho, de 10,8% para 8% e para os atuais 6,8%.

O presidente da Câmara e candidato a governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), afirmou ontem, em São Paulo, que a candidatura de Serra "não está esvaziando" e que Ciro não é o "plano B" do governo.
"Pensarmos numa segundo opção agora seria descartar a nossa primeira opção", afirmou, após um encontro com o presidente da Fiesp, Horacio Lafer Piva.


FHC diz que desvio de verba é inevitável
O presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem que seu governo ficará marcado pelo combate ao clientelismo e à corrupção. A declaração foi feita em discurso durante a solenidade de posse dos dirigentes das recém criadas Agência de Desenvolvimento do Nordeste (Adene) e Agência de Desenvolvimento da Amazônia (ADA), que substituirão a Sudene e Sudam, extintas após a constatação de fraudes na liberação de recursos do governo.

FHC reconheceu que é impossível evitar que haja corrupção e desvios de recursos, porém, afirmou que o governo tem se esforçado para evitar irregularidades. "Ninguém pode evitar que haja desvios, que haja corrupção aqui e ali, mas nós não podemos permitir que ela seja sistêmica nem deixar de apurá-la pelos canais competentes", disse o presidente.

O Tesouro Nacional vai abastecer com recursos a promoção do desenvolvimento em nove estados nordestinos, mais o Espírito Santo e parte de Minas Gerais, e em toda a Região Norte, além do Mato Grosso. O Orçamento da União para este ano prevê R$ 440 milhões para a ADA e R$ 600 milhões para a Adene.
O presidente da Adene é Evando José Moreira Avelar, e a da ADA, Teresa Lusia Mártires Coelho Cativo Rosa.


Garotinho acusa os banqueiros de vilões
O candidato do PSB, Anthony Garotinho disse ontem, em Campinas, no interior paulista, que a venda de bônus de R$ 1 para arrecadar fundos de campanha deverá ser estendida esta semana para São Paulo e Mina Gerais.

Ele explicou que não tinha o levantamento de quanto foi recebido em cédulas vendidas no Rio, onde a arrecadação popular teve início.

"A população está compreendendo que é melhor participar para que seu candidato não fique dependente dos bancos que o patrocinarem", afirmou. Os banqueiros foram tratados como "vilões da economia" por Garotinho. "É preciso acertar a economia, enfrentando os bancos. O atual governo fez opção pelos banqueiros. Minha opção é pela indústria, agricultura, comércio", afirmou o candidato.

Maluf condenado a pagar indenização
O juiz Rodrigo Nogueira, da 25ª Vara Cível de São Paulo, condenou ontem o ex-prefeito de São Paulo, Paulo Salim Maluf, candidato do PPB ao governo, a pagar indenização, por danos morais, ao governador Geraldo Alckmin. Em nota distribuída à imprensa e publicada no dia 14 de fevereiro, Maluf acusa Alckmin improbidade administrativa. O valor da indenização é de 100 salários mínimos. Maluf pode recorrer da decisão.

Lessa deixa governo para segurar Collor
O governador de Alagoas, Ronaldo Lessa (PSB), entregou ontem, pela manhã, o cargo para seu substituto imediato, o presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas, desembargador Fernando Tourinho. Lessa disse que deixou o governo, durante uma semana, para se dedicar à campanha. Ele tenta evitar o crescimento do ex-presidente Fernando Collor (PRTB), seu principal adversário na disputa pelo governo de Alagoas. "Não dá para assobiar e chupar cana ao mesmo tempo", afirmou.

Morre a mãe de Marco Maciel
Morreu ontem de manhã, de câncer, no Hospital Santa Joana, no Recife, a mãe do vice-presidente Marco Maciel, Carmem Maciel, de 87 anos. O sepultamento foi realizado ontem à tarde no Cemitério de Santo Amaro, no centro da capital pernambucana. Carmen estava internada havia seis meses para tratar um câncer no intestino, mas ontem, por volta das 8h30, sofreu parada respiratória seguida de falência múltipla de órgãos.


Artigos

O bê-á-bá dos bobos
Lauro Aires

É curioso, para não dizer perverso, o modo como as verdades circulam entre as nações, propagadas pela mídia e pelos formadores de opinião. As teses econômicas criam dogmas comprados como recomendações divinas – embora tenham prazo de validade. É o politeísmo financeiro, em que os eleitos ajoelham-se diante do deus da moda ou do que mais lhes convém. Aos pobres plebeus, perdidos na turbulência, não resta opção senão dançar conforme a música.

Até pouco tempo, a onda era abertura dos mercados. Livre acesso: liberou geral. O planeta chegara ao ápice do desenvolvimento e as relações seriam mais empresariais e menos nacionais. A riqueza, enfim, não tem pátria e os justos seriam recompensados por sua devoção.

Os grandes estrategistas brasileiros abriram o mercado. Passamos a conviver com a nata da produção mundial e o acesso ao conforto inebriou a nação. Logo depois, vendemos as estatais, seguindo a receita tintim por tintim. Seguramos nossa moeda forte a passamos a comprar do mundo inteiro. Nossa dívida subiu até o talo, mas conseguimos acesso a computadores melhores e carros possantes, além de tomar uísque dubom a preços acessíveis.

Pois quando começamos a tentar equilibrar o jogo, vendendo o que sabemos fazer melhor (que, infelizmente, é apenas plantar, colher e industrializar meia-dúzia de produtos), tomamos um tombo. Batemos com a porta na cara dos mercados internacionais, que decidiram proteger seus trabalhadores. "Que mané globalização, estamos em crise, e ainda tem uns malucos jogando aviões nas nossas cabeças. Vocês que esperem!"

O objeto de adoração havia mudado e não fomos avisados. Nosso aço não podia entrar no mercado americano porque a concorrência é injusta. Afinal, produzimos a US$ 100 a tonelada e eles só conseguem a US$ 290. Fruto, dizem eles, do tempo em que nossas siderúrgicas foram estatais. Balela. Mas ainda não aprendemos direito a língua deles.

Quem sabe se dá bem, como o empresário Benjamin Steinbruch (esse é safo). No comando da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), o cara tentou melar a compra da Companhia Siderúgica de Tubarão pela gigante francesa Usinor. Dizia, na época, que o setor era estratégico e não podia ser controlado por gringos. Perdeu a parada.

Semana passada, vendeu a CSN para os ingleses. Para não assumir que tinha mudado de opinião falou em fusão, não em venda. O mundo inteiro riu da cara dele, menos nós. Ele fala outra língua. Não sou contra privatizações nem prego a expulsão do FMI – até porque fazemos parte dele –, mas precisamos criar nossos próprios códigos, sob o risco de continuarmos sendo tangidos com um berrante, a única linguagem assimilada pelos otários.


Colunistas

CLÁUDIO HUMBERTO

Calote catarinense de meio bi
O antigo governo Santa Catarina emitiu títulos para pagamento de precatórios, passou a mão nos R$ 500 milhões arrecadados, desviando-os, e os investidores pagaram o pato: espertamente, o atual governo anulou a emissão na Justiça e fez de otário quem confiou no resgate dos títulos no vencimento. Restou aos bobalhões reclamar o dinheiro na Justiça. Com sorte, receberão a dinheirama dentro de 20 anos. Na fila dos precatórios.

O céu é o limite
Indicado para o Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU, o brasileiro Sérgio Vieira de Mello pode até nem concluir o mandato. É que ele agora entrou no rol dos possíveis substitutos de Kofi Anan no cargo de secretário-geral das Nações Unidas. FhC vai babar de inveja.

Lula se irrita com...
A trombada com o diretor da Folha de S. Paulo, Otávio Frias Filho, sexta-feira, revelada ontem nesta coluna, foi a reação de Lula a perguntas sobre as alianças do PT com inimigos históricos. O jornalista Gilberto Dimenstein tocou no assunto primeiro, no almoço oferecido a Lula pelo jornal. O petista estava com seu vice, senador José Alencar (PL-MG), e ficou indignado.

...perguntas incômodas
O almoço já estava azedado quando Otávio Frias Filho resolveu retomar o questionamento das alianças do PT com o PL e Orestes Quércia. Lula se irritou: "Não preciso passar por isso". Depois de insinuar que o candidato de Frias Filho "está em terceiro", levantou-se e foi embora. Lula ignora que o tucano José Serra, o terceiro nas pesquisas, também não gosta de Otávio.

Culpa de FhC
José Serra já encontrou um culpado para a decadência de sua candidatura. Ontem, seu assessor Henrique Caban almoçava com duas senhoras, no restaurante do Hotel Bonaparte, em Brasília, e exclamou em voz alta:
- Com um governo desses, qual o candidato que se segura?

É grave a crise
Com Lula voltando aos seus históricos 30% nas intenções de voto, a tensão no comitê petista só não é maior que o desespero na campanha de Serra.

Oposição é oposição
O candidato do PPS ao governo do DF, Carlos Alberto, rechaçou o apoio do deputado Paulo Octávio (PFL-DF) a Ciro Gomes: "Não dá para ser oposição e situação ao mesmo tempo." Que o presidente do PPS Roberto Freire não o ouça: em Pernambuco, ele caiu nos braços do governador Jarbas Vasconcelos (PMDB), do vic e-presidente Marco Maciel (PFL) e de Sérgio Guerra (PSDB), em troca de votos para sua eleição a deputado federal.

Boto lá
Candidato pela quarta vez ao governo do Amazonas, o senador Gilberto Mestrinho (PMDB) já é o segundo nas pesquisas.

Exterminador do presente
Ariel Sharon, a besta humana, festeja a operação militar que matou o líder do Grupo Hamas e, de quebra, vários inocentes, incluindo oito crianças. A celebração nivela Sharon ao líder terrorista morto, que estimulava ataques suicidas contra inocentes israelenses. Nesse conflito insano, entre uma festa de vitória e outra há sempre os gemidos de um velório.

Na moita
Itamar Franco prometeu apoio a Lula, mas daí a sair pelos bailes da vida é outro papo. Por enquanto, a posição de Itamar é "Lula lá e eu aqui, uai".

Mês do desgosto
Os aprovados nos concursos de 2001e 2002 protestam dia 1º, ao meio-dia, diante da sede da Petrobras, no Rio. Já fizeram inclusive exames médicos, mas não foram chamados. Muitos saíram dos empregos esperando a contratação. A Petroengana alega problemas judiciais com o fundo de previdência, enquanto contrata terceirizados e pessoal sem concurso.

Fazendo as contas
Não sai da gaveta do conselheiro do Tribunal de Contas do Rio, Jonas Lopes, o processo envolvendo o ex-prefeito de Nova Iguaçu (RJ), Nelson Bornier. As contas de 2001 foram rejeitadas por conta de contratos que beneficiaram a Empreiteira Delta. Se o processo sair da gaveta, Bornier não emplaca a candidatura a deputado pelo PL e terá que ressarcir o Erário.

Alô, Bangu
Muita gente tem ligado para o presídio de Bangu 1 querendo saber a marca dos celulares de Fernandinho Beira-Mar e de Chapolin, seu parceiro. Os celulares nunca dão ocupado, a linha não cai e o som é perfeito, como revelam as gravações. Mas os fabricantes não querem fazer propaganda...

Educando a TV
A ministra Anadyr Rodrigues determinou que o diretor de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Carlos Capella, apure por que a TV Educativa descumpre ordem judicial. Há cinco anos, jornalista da casa recebe salário sem trabalhar, mesmo contra sua vontade. Vai sobrar para a presidente do conselho da TVE e candidata do PV ao governo, Aspásia Camargo.

Casca grossa
Um leitor diz que o ex-secretário do governo petista em Santo André (SP) é o Klinger ovo. Falta abrir para ver a... surpresa!

Primo saudável
O argentino é pobre, mas vive em média mais quatro anos que o brasileiro. Paulo Cabernite, diretor da Bandeirante Emergências Médicas, revela que a vantagem está no serviço domiciliar ao estilo do 911 americano. Sugere que o próximo presidente adote um sistema misto, interligando as redes pública e privada, salvando vidas. Por enquanto, a gente disca mesmo é 171.

Poder sem Pudor

O velho que era novo
Candidato ao governo de Minas em 1966, o jovem Roberto Rezende faz questão de provocar seu adversário, Israel Pinheiro, considerando-o "velho" para governar o estado. Israel não tinha mesmo papas na língua:
- Minas não precisa de um reprodutor. Precisa é de um administrador.


Editorial

LEIS MAIS RÍGIDAS NO TRÂNSITO

O Eixo Monumental viveu na segunda-feira cenas dignas das perseguições policiais norte-americanas. Um motorista que fazia transporte ilegal de passageiros, e cobrava por isso, tentou fugir da fiscalização do Detran, entrou na contramão, subiu na calçada o só foi parado por um congestionamento de trânsito.

Depois de pôr a vida de várias pessoas em risco, entre eles seus passageiros, os outros motoristas e os pedestres, o infrator foi liberado mediante pagamento de uma multa de R$ 250. Pode até ter a carteria apreendida por um período, mas de qualquer modo é uma punição muito aquém da atitude que tomou.
O trânsito mata 45 mil pessoas por ano no País. É inadmissível, portanto, que ações arriscadas, com um veículo, sejam tratadas apenas como contravenção. Colocar em risco a vida dos outros é crime.

Se o motorista que horrorizou a todos, pois foi flagrado pelas câmeras de TV, no Eixo Monumental não for exemplarmente punido, a confiança dos cidadãos ficará abalada e um ato de irresponsabilidade pode ficar como estímulo para outros matadores em potencial.

É preciso rever as punições a motoristas imprudentes. O Brasil, e Brasília em particular, já conseguiram avanços na segurança do trânsito e não podem ver um bom trabalho jogado fora.


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07/24/2002


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