ROBERTO FREIRE PROPÕE PACTO POR AUMENTO GRADATIVO DO MÍNIMO
O senador Roberto Freire (PPS-PE) propôs nesta quarta-feira (dia 29) um pacto entre o governo e as lideranças político-partidárias para assegurar um piso salarial digno aos trabalhadores brasileiros, da ordem de R$ 900, conforme cálculos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese). O pacto deveria estabelecer esse valor como meta a ser atingida em dez anos, por exemplo, e fixar percentuais de aumento a cada ano, disse o senador.A proposta garante, na opinião de Freire, que a questão do salário mínimo seja discutida seriamente, em todas as suas variáveis. As discussões entre o PFL e o PMDB sobre o assunto, como as ocorridas nesta quarta-feira no plenário do Senado entre Antonio Carlos Magalhães e Jader Barbalho (PMDB-PA), foram consideradas por Freire como "pequenas, bisonhas".Trata-se, no entendimento do senador, de analisar o impacto de um aumento progressivo do mínimo sobre as contas públicas, a Previdência e seus problemas de arrecadação, e o financiamento do setor público.- Que não se fique nessa discussão bisonha nem se caia na pura demagogia, como acontece todo ano - insistiu.O senador avaliou que também o governo federal falha ao discutir o salário mínimo, pois estaria entrando no jogo da "inusitada aliança entre ACM e o PT".Roberto Freire disse ainda que queria fazer um "pequeno reparo" histórico ao pronunciamento do presidente do Senado, que pouco antes afirmara que havia se manifestado contra o regime militar. Freire disse que Antonio Carlos somente apoiou o Congresso da UNE, em Salvador, contra o regime militar, em 1979, quando o movimento pela redemocratização já adquirira tal força que "alguns setores, que sempre sustentaram a repressão, naquele momento deram um primeiro passo para derrotar o regime em 1985, com a Aliança Democrática". O Congresso da UNE, reiterou, "foi uma conquista das forças democráticas".
29/03/2000
Agência Senado
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