PTB e PSDB tentam atrair deputados
PTB e PSDB tentam atrair deputados
O PTB e o PSDB estão travando nos bastidores uma acirrada batalha pela conquista da filiação dos deputados Joaquim Francisco (PFL), Armando Monteiro Neto e José Chaves, ambos do PMDB. Quem comanda a operação no PTB é o senador Carlos Wilson; no PSDB, o secretário Sérgio Guerra (Projetos Especiais). Um e outro já mantiveram diversos contatos com os três deputados. A expectativa é que haja uma definição deles até a próxima sexta-feira.
Anteontem o PTB dava como certa a filiação de Joaquim Francisco. Esperava que ele fizesse o anúncio de sua filiação após conversar com pessoas que compõem o seu "grupo político". Joaquim, porém, negou que já tivesse tomado uma decisão sobre o seu destino partidário. Ingressando no PTB, ele passaria a fazer parte da oposição ao governador Jarbas Vasconcelos (PMDB), do qual hoje é aliado. Esta é a condição imposta por Carlos Wilson a quem queira entrar no PTB.
No caso de ir para o PSDB (como já o fizeram, mês passado, o ex-prefeito do Recife Roberto Magalhães e o deputado federal José Múcio), Joaquim permaneceria no campo da aliança governista. Sua pretensão é concorrer ao Senado em 2002. Haverá duas vagas em disputa. No PFL, que deve ocupar uma delas, o candidato preferencial é o vice-presidente Marco Maciel.
PPS formaliza bloco com PDT contra Jarbas
A aliança consolidada no plano nacional entre PPS e PDT para estruturar a campanha presidencial do ex-governador do Ceará Ciro Gomes, está oficialmente reproduzida em Pernambuco. Ontem, os principais líderes dos dois partidos no Estado - o senador Roberto Freire (PPS) e o deputado estadual José Queiroz (PDT) - anunciaram a formação deste bloco inédito em Pernambuco, no Sindicato dos Jornalistas, com o lançamento de um manifesto. O documento dá ênfase à construção de um palanque único da oposição ao governador Jarbas Vasconcelos em 2002, com espaço para mais de uma candidatura presidencial.
E destaca: "nos esforços dessa construção, não há lugar para vaidades ou hegemonias pré-estabelecidas", leia-se, se a unidade com o PT e o PSB não for possível, a oposição terá pelo menos três palanques para enfrentar o Palácio do Campo das Princesas.
O presidenciável do PT é Luiz Inácio Lula da Silva. O do PSB é o governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho. O bloco PPS/PDT espera agora a adesão do PTB. Freire destacou que o PTB "está intervindo" onde o partido seguia outro rumo. O senador Carlos Wilson, detentor do controle político do PTB, continua fazendo uma ponte com o PT para viabilizar a sua reeleição. Ele não foi localizado pelo DIARIO. O ex-deputado Fernando Lyra, o ex-prefeito de Caruaru, João Lyra Neto, o prefeito do Cabo, Elias Gomes e o ex-deputado Byron Sarinho, todos do PPS, também prestigiaram o ato.
Conflitos internos atrasam resultado de eleição do PT
Recurso à direção nacional do partido pode anular a disputa no Recife
A apuração das eleições internas do PT em Pernambuco e em outros estados do País atrasou. Até às 21h horas de ontem, nenhuma urna no Recife havia sido aberta para dar início à apuração da eleição direta para diretórios municipais, estaduais e nacional, realizada no domingo. A contagem dos votos ficou prejudicada porque os petistas tiveram que aguardar a resolução da coordenação nacional das eleições sobre recursos apresentados por chapas adversárias, principalmente com relação a uma lista adicional contendo cerca de 300 nomes que foi acrescida à lista oficial. Se a listagem paralela for aceita, a eleição do Recife será anulada por falta de quorum. Isto porque o acréscimo no número de votantes exige um coeficiente eleitoral maior e a mobilização do PT esse ano foi abaixo das expectativas.
Se a falta de quorum for confirmada, o processo eleitoral ficará suspenso e em seu lugar será instalada uma comissão provisória, indicada pela direção estadual. Essa comissão terá a missão de organizar as chapas para a eleição extraordinária do partido, prevista para acontecer no início do próximo ano. A apuração estava prevista para acontecer durante toda a madrugada, desde que diretório nacional desse o aval para a contabilidade dos votos.
De acordo com o presidente municipal do Recife, Múcio Magalhães, a falta de mobilização dos militantes demonstrou que o processo de votação precisa ser aperfeiçoado. "Precisamos debater sobre o assunto para ver o melhor caminho de como melhorar. O fato é que o processo precisa ser repensado. Acho que o PT nacional deveria fazer uma enquete em todo o País para ouvir a opinião dos filiados", disse.
Uma das integrantes da executiva estadual do PT, Sheila Oliveira, disse, ontem á tarde, que a eleição estava ameaçada de ser anulada por falta de quorum. Em sua avaliação, a forma de eleição de PT não é boa. "Só ir votar não adianta. Faltou debate. Outro fator que contribui para a suspensão foi o cadastro de filiados. Ele é maior que o número de votantes e isso prejudicou a eleição", comentou.NACIONAL - A ala moderada do PT deve consolidar a maioria na correlação de forças do diretório nacional e a tendência é que o deputado José Dirceu (SP) seja reeleito presidente do partido para o quarto mandato, sem necessidade de segundo turno. Os números que indicam a vitória do grupo light, capitaneado por Luiz Inácio Lula da Silva, ainda são extra-oficiais, uma vez que houve pane de dez horas no sistema de transmissão de dados das seções estaduais para a sede.
Vereador nega recriação de subvenções
O presidente da Câmara Municipal de Olinda, vereador André Luís Farias (PDT), refutou, ontem, as interpretações de que o legislativo teria ressuscitado as subvenções sociais para atender entidades sem fins lucrativos "apadrinhadas" pelos vereadores. Entre uma explicação e outra, Alf transferiu parte do ônus político para o Executivo.
A argumentação dele mostra que a brecha para o repasse das subvenções sociais foi prevista pela Prefeitura, que, no artigo 19 do projeto de Lei das Diretrizes Orçamentárias (LDO), estabeleceu critérios para o beneficiamento das entidades. A emenda do vereador Joaquim de França (PMDB), que autoriza os parlamentares indicarem entidades para receber os recursos, significa, segundo ele, apenas "um credenciamento" para as sugestões. Não uma obrigatoriedade. A emenda foi aprovada pelo plenário, contrariando o veto da prefeita Luciana Santos (PCdoB).
"Elas (as sugestões) serão avaliadas como todas as outras", garante o parlamentar, assegurando que as suas "protegidas" não terão prioridade. Os recursos das subvenções sociais não serão administradas pelos vereadores, mas pela Prefeitura. Na prática, é uma verba semelhante à que os deputados possuem. Ela está prevista no Orçamento estadual e pode ser utilizada, teoricamente, através da indicação dos parlamentares. A diferença das subvenções sociais extintas pela Assembléia em 2000 é que o dinheiro não ficará sob o controle dos vereadores.
PMDB escolhe sucessor de Jader
Bancada decide hoje, em votação secreta, quem será o novo presidente do Congresso
BRASILIA - A bancada do PMDB no Senado se reúne hoje para escolher, pelo voto secreto, quem será o candidato do partido na disputa pela presidência da Casa. O horário da reunião ainda não está marcado. A votação deve acontecer ainda esta semana, após a confirmação da renúncia ao cargo pelo senador Jader Barbalho (PMDB-PA), esperada para hoje.
Pelas reuniões entre integrantes do partido ocorridas no final de semana, o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), é o mais cotado. Outros nomes, no entanto, correm por fora. Um deles, o senador José Fogaça (PMDB-RS), confirmou ontem sua candidatura. Fogaça disse que só retiraria sua candidatura se o senador José Sarney (AP) aceitar disputar ao cargo.
Em conversa com o presidente Fernando Henrique Cardoso ontem, em Alagoas, o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), obteve a garantia de que o Palácio do Planalto respeitará a decisão do partido para a presidência do Senado. Calheiros, no entanto, insiste em repetir que não está apresentando seu nomepara concorrer à sucessão de Jader Barbalho (PMDB-PA). A candidatura dele foi acertada pela cúpula do PMDB.
Ele retornou ontem à noite à Brasília para uma reunião com os senadores José Fogaça (PMDB-RS), José Alencar (PMDB-MG) e José Sarney (PMDB-AP), outros possíveis candidatos à presidência do Senado. Fogaça e Alencar não estão dispostos a desistir de apresentar suas candidaturas à bancada do PMDB hoje, disputando com Calheiros.
FILA - "O senador Sarney é primeiro da fila", disse Fogaça. O senador gaúcho alertou os integrantes do partido sobre uma informação que circula no Senado de que o deputados e senadores do PMDB estariam realizando um abaixo-assinado a favor da candidatura de Renan Calheiros. "Se isto estiver acontecendo será um constrangimento. É muito ruim para o partido", disse Fogaça.
O telefonema que recebeu anteontem do presidente Fernando Henrique teve sabor de revanche para o ex-presidente José Sarney (PMDB-AP). Ao saber que com a desistência de Sarney estava sendo pavimentado o caminho de Renan Calheiros (AL) para a presidência do Senado, FH telefonou imediatamente para o ex-presidente negando qualquer restrição a seu nome. Pelo que Sarney contou a aliados, Fernando Henrique chegou a dizer que gostaria de vê-lo na presidência do Senado.
Sarney respondeu que só concordaria com o lançamento de sua candidatura caso não houvesse resistência a seu nome. Do contrário, apoiará Renan, que, segundo tucanos, não é bem-vindo no Governo até pelas circunstâncias em que saiu do Ministério da Justiça: com um discurso duro contra o Planalto.
Artigos
A década social
André Resende
Até quinze dias atrás, eu estive convencido que qualquer um dos candidatos à Presidência da República, nas eleições de 2002, deverá ter, na ponta da língua, a mensagem de que, no seu Governo, começará a década social do Brasil. Eu deveria invocar: a geração social do Brasil - mas, aí, é pedir demais. Não mudei de idéia: estou convencido que a idéia de termos uma década de prosperidade social estará presente em qualquer um dos discursos. Eu só não estou certo se haverá como colocarmos em prática esta idéia.
Na História do País nunca houve uma época contínua de compromissos e realizações sociais. Em nome do desenvolvimento econômico, que é indispensável para que haja prosperidade social, o Brasil sempre deixou para um segundo plano a necessidade de equilibrar a renda, diminuir as desigualdades e oferecer às pessoas o estatuto de cidadãos. Acontece que o País está andando no limite do suportável. Vencemos trincheiras contra a inflação, que era um mal. Não vencemos o analfabetismo, isso numa época da Civilização onde precisamos de pessoas educadas em patamares jamais imaginados, quando há no Mundo, e no Brasil, a diminuição do operariado, e o crescimento do cognitariado (trabalhadores do conhecimento, da informação e voluntários em organizações sem fins lucrativos). Quem quer que venha agora com a idéia de governar o Brasil tem de ter como projeto instalar a década social, a década da prosperidade social.
Se vai cumprir ou não o desejo do País, não sei. Deixo, aqui, a minha contribuição a quem está comprometido com a idéia de que precisamos de uma década social. No meu entender, terá quatro compromissos básicos. Três deles, necessários há décadas - educação, saúde e habitação. Um, que surgiu intensamente como resultado desastroso dos aglomerados urbanos desordenados e da falta de controle social com a distribuição de armas, drogas e comércio ilegal - a segurança pública. Independente de a sociedade oferecer, de forma privada, estas quatro áreas, o Estado deve ter um plano concreto, a partir da descentralização existente como prática de poder na Federação: (a) educação em todos os níveis para o máximo de pessoas, como um plano de defesa do Estado, com recursos estratégicos, para gerar um nível de competitividade igual ao das sete maiores economias do mundo; (b) reorganização da saúde pública para os níveis e facilidades compatíveis com as economias maiores do mundo, como exigência de um Estado responsável; (c) programa de primeira moradia a toda e qualquer família, chefiada por homem ou mulher, ao lado de um programa unificado de planejamento urbano, tal como está previsto no Estatuto da Cidade; (d) ação direta do Estado para desmobilizar, desarmar e deter os grupos fomentadores de violência nas cidades brasileiras. Talvez, como quinto compromisso estratégico de prosperidade social, um plano de preservação ambiental ortodoxo e intransigente, que tenha três princípios: (a) preservação, controle e aproveitamento científico da flora, (b) preservação, controle e acompanhamento científico da fauna, (c) programa estratégico de controle, preservação e acompanhamento técnico-científico de toda a costa brasileira, rios, mangues e mananciais.
Mas aí você me pergunta, por que pensava nisso até quinze dias atrás e agora não? Eu penso ainda e todos estes compromissos existem, só que sem a prioridade de pensar o Brasil daqui para frente. Mas começo a ver que a economia mundial está entrando numa nova fase. Talvez não seja uma recessão, porque as empresas continuarão os planos expansionistas e aglomeradores de ativos simbólicos e físicos, mas será um redirecionamento de capitais para economias internas, o que vai prejudicar o Brasil (Quando FHC fala de exportar ou morrer, duas coisas ficam claras: (a) que vai haver menos dinheiro de fora por aqui, (b) que sem uma política industrial e empresarial - inclusive, revendo impostos - contemplando grandes, médias, pequenas e microempresas, vamos morrer). A política externa brasileira, por um lado, é muito boa. A participação do País no Fundo Monetário Internacional, se ainda não apagou, pelo menos diminuiu a sensação de servilismo. A expectativa do Brasil estar no Conselho de Segurança da ONU confere um status de prioridade na ordem econômica mundial. Essas coisas não se resolvem em uma ou duas décadas, tampouco podem ser relegadas por quem quer que venha com o desejo de criar a década social. Mas é o tipo de momento que parece reinventar a roda. Boa parte dos capitais podem voltar-se para um plano internacional de armamento, sofisticado, denominado de defesa. Outra parte parece estar sendo redirecionada para um advento ainda pouco entendido, o das organizações baseadas em voluntários - há todo um esforço teórico hoje para saber como as organizações sem fins lucrativos e baseadas em voluntários podem contribuir gerando lucros para investidores interessados em colocar dinheiro nos programas sociais mais diversos. O Brasil não está fora disso, ao contrário. Observe que também o Mundo, cada qual a sua maneira e atuando em situações diferentes, também está procurando iniciar uma década social. Para nós, isso significará uma revisão das necessidades de desenvolvimento econômico e a realização de um sonho antigo, pouco visto na prática.
Conceito de marketing social
Miguel Fontes
O conceito de marketing social tem sido erroneamente divulgado, debatido e criticado no Brasil. Os desafios para a solução de problemas sociais, amplamente evidenciados durante a última década pela mídia e opinião pública, representaram más e boas notícias para o País. As más relacionam-se à banalização de conceitos e ferramentas estratégicas ao longo dos últimos trinta anos. Novos atores, sem prévia experiência na área social, incluindo representantes do setor empresarial, promoveram de forma equivocada, no Brasil, novas "terminologias" que não estão fundamentadas ou embasadas na experiência mundial e princípios norteadores do desenvolvimento humano.
A idéia mais evidente desse triste paradigma é a tradução do conceito de marketing social como "estratégias para agregar valor social a imagem ou produtos de uma empresa com fins de lucro". Essa tradução e banalização do conceito de marketing social está equivocada! Para citar apenas duas definições reconhecidas internacionalmente de profissionais da área, o marketing social é o uso de planejamento de mercado,estratégia, análise e técnicas gerenciais tradicionais e inovadoras para garantir o bem-estar do indivíduo e da sociedade (Glenn Wasek, professor de marketing social de Harvard University)" ou "é a gestão estratégica do processo de introdução de inovações sociais a partir da adoção de comportamentos, atitudes e práticas individuais e coletivas, orientadas por preceitos éticos, fundamentados nos direitos humanos e na eqüidade social (Miguel Fontes e Márcio Shiavo, diretor da Comunicarte Marketing Cultural e Social)".
É interessante também notar que as estratégias de Marketing Social não tiveram início com o setor empresarial.Logicamente, no Brasil, o setor empresarial entende corretamente que sua maior contribuição para a área social é trazer competência gerencial e administrativa para os programas. Nessa ótica, o aprofundamento dos conceitos de Marketing Social, distanciando-o da realidade das estratégias de venda e promoção comercial, é louvável. caso contrário, estar-se-á falando de uma aberração conceitual, como estratégias de marketing comercial social. Esperamos que essa tendência não se confirme, pois poderá trazer conseqüências graves na capacidade de transformar a nossa realidade dentro da ética e valorização das prerrogativas internacionais sobre os direitos humanos.
De qualquer forma, mesmo com essas dificuldades no entendimento do real significado do marketing social no Brasil, há boas notícias. Nunca as empresas se prepararam e investiram tanto para tratar as causas sociais de forma profissional, estratégica e desprendida de uma visão de ganho cooperativo ou individual. Nesse sentido, o resgate dos verdadeiros conceitos de marketing social é imprescindível para que a transformação social se torne uma realidade dentro dos objetivos organizacionais das empresas.
O envolvimento do setor empresarialna área social é louvável, mas há uma necessidade premente que sesse envolvimento venha revestido de grande humildade. E todos sabem que humildade é sinônimo de saber escutar o outro, principalmente quando está-se lidando em um novo ambiente de trabalho ou até mesmo mercado. Ouvir e aprender é reconstruir uma história. A prepotência somente bloqueia a capacidade de construção e dificulta o enriquecimento dos verdadeiros conceitos de Marketing Social que devem ser utilizados para o bem comum e melhoria da qualidade de vida da população nas áreas de saúde, educação e meio ambiente.
Colunistas
DIARIO POLÍTICO
Argumentos dos amigos
Jarbas Vasconcelos tem encontro marcado com os dirigentes do PMDB, amanhã, em Brasília e a expectativa é de que essa reunião marque o início de sua pré-candidatura à presidência da República. Já se sabe que o partido quer lançar o nome do governador seguindo o modelo adotado pelo PFL, que colocou a governadora do Maranhão, Roseana Sarney, nas inserções do partido na TV, para saber como o nome dela circularia entre os eleitores e teve uma boa surpresa. Como o governador não tem presença marcante no cenário nacional, esse seria o caminho para testar sua popularidade. Apesar da euforia que tomou conta de alguns assessores no Palácio do Campo das Princesas, diante da possibilidade de o governador ser candidato a presidente, seus auxiliares mais próximos não admitem, em hipótese alguma, que ele aceite o cargo de vice, se não conseguir ganhar as prévias peemedebistas, nem que entre no páreo por uma das vagas do Senado. Ou seja, a equipe de Jarbas Vasconcelos continua trabalhando para ele disputar um segundo mandatoe entende que esse é o caminho natural que ele deve seguir se não vingar a candidatura a presidente. Se o governador vai ouvir os conselhos dos auxiliares, ninguém sabe, agora, se decidir mudar de rota sem ouvir o argumento dos amigos, certamente a aliança PFL/PMDB/PSDB se acaba porque pefelistas e tucanos não vão se entender para lançar um candidato único para enfrentar os oposicionistas, que sonham chegar ao Governo do Estado.
A Importância da Formação do Líder Político é o tema da palestra que o vice-presidente do Instituto de Governo Carl Vinson, da Universidade da Geórgia, Estados Unidos, faz na Assembléia, hoje, às 15h
Insegurança
A insegurança é tanta em Pernambuco que os marginais estão atacando até jardim de infância. Como a Escola Ana Rosa, localizada ao lado do Parque 13 de Maio, assaltada pela quarta vez no último final de semana. O secretário de Educação, Raul Henry, prometeu reforçar a segurança.
Filiação
O PSDB vai fazer um grande barulho no final do mês, em Olinda, para anunciar a filiação de lideranças sociais como professores, estudantes, artistas e profissionais liberais. Sérgio Guerra diz que as filiações são importantes e não têm o caráter meramente eleitoral.
Guerra
Os índios Xukuru estão em pé de guerra contra o Governo do Estado por conta de uma estrada que está sendo contruída perto da aldeia deles, em Pesqueira. Eles dizem que, se Jarbas Vasconcelos tivesse conversado com os chefes da tribo antes de começar a obra, teria evitado a insatisfação geral.
Eleição 1
Ou o PT de Pernambuco não conseguiu convencer seus militantes da importância de eleger o presidente nacional do partido através do voto direto, ou os caciques petistas não souberam organizar o pleito.
Eleição 2
Pois o número de votantes foi menor do que o esperado e as complicações do pleito foram tantas, domingo, que a apuração dos votos não foi feita ontem. Alguma coisa saiu errada nas tantas assembléias do PT.
Previsão 1
Hélio Jaguaribe acredita que FHC vai recuperar sua popularidade, a partir do próximo ano e, por isso, o seu candidato à Presidência chegará ao segundo turno com Luís Inácio Lula da Silva (PT).
Previsão 2
O cientista político carioca, que fez palestra na Fundação Joaquim Nabuco, ontem, disse que os demais candidatos, como Ciro Gomes (PPS), Garotinho (PSB) ou Itamar Franco (PMDB) "se perderão no meio do caminho da disputa".
Aproximação 1
Fernando Rodovalho continua se aproximando do Palácio do Campo das Princesas. Domingo, o prefeito de Jaboatão assistiu ao desfile cívico-militar de Paulista, com Antônio Speck, seu interlocutor junto a Jarbas Vasconcelos.
Aproximação 2
No palanque, os dois aproveitaram para conversar sobre as eleições de 2002 e não escondiam a satisfação com as recentes pesquisas de opinião, onde aparecem entre os três melhores prefeitos do Estado.
Editorial
Estupidez fundamentalista
Terrorismo é um dos pesadelos da vida moderna. Tem componentes de irracionalidade, gera conseqüências imprevisíveis, provoca a morte de gente inocente. Os civis, a maioria das vítimas, não possuem, ao menos, o direito de saber por que estão sendo sacrificados. Os motivos são variados: diferenças culturais, teológicas, ideológicas e até mesmo a simples necessidade de afirmação pessoal.
A explosão das duas torres em Nova Iorque e o avião que se chocou com o Pentágono, em Washington, são episódios que vão entrar para a crônica da História como os mais bárbaros e infames atentados contra civis. Os motivos são desconhecidos. Nenhum grupo, até agora, assumiu a responsabilidade pela agressão. Mas milhares de pessoas morreram. Os prédios poderão ser reconstruídos. A auto-estima nacional refeita. Mas as vidas não vão ressurgir das cinzas da comoção internacional.
A estupidez fundamentalista produz a catástrofe. Operação planejada em detalhes, com custos astronômicos e rigor militar, exige o suicídio dos protagonistas. Gera o caos. Destrói prédios, interrompe comunicações, derruba bolsas no Mundo inteiro e coloca a insegurança em primeiro plano. Ninguém está seguro diante da audácia de grupos sem representação política, que negam o diálogo. Preferem as armas. E atuam na zona de sombra. Não mostram a face.
O tamanho da tragédia norte-americana faz o Mundo bordejar a barbárie. Se um grupo é capaz de promover um ataque com tal nível de requinte, é de se esperar que o momento seguinte seja praticado numa escala acima. É, portanto, chegada a hora de os países realmente comprometidos com a paz no Planeta se darem as mãos no esforço coletivo de extirpar essa ameaça da face da Terra. A fotografia do fato ocorrido nos Estados Unidos é reveladora da capacidade de guerra de um grupo terrorista.
O Departamento de Estado norte-americano afirma que o Paquistão e o Afeganistão são os países que vêm concedendo cada vez mais apoio e refúgio a grupos terroristas internacionais. O informe anual aponta sete países como o centro das ações: Cuba, Irã, Iraque, Líbia, Coréia do Norte, Sudão e Síria. O número de ataques no Mundo aumentou de 274, em 1998, para 392, em 1999. Na América Latina, o governo dos Estados Unidos identifica focos terroristas na Colômbia, país em guerra civil; no Equador, onde o crime organizado está unido a grupos terroristas, e na fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai, local em que, segundo a observação de Washington, está o núcleo de extremistas islâmicos no continente. Mas nenhum incidente internacional ocorreu na região.
Terrorismo é praga. Precisa ser extirpada. Os grupos que utilizam essa prática violenta não têm capacidade de alcançar o poder. E, no mais das vezes, não o pretendem. Seus líderes querem chamar a atenção para este ou aquele problema isolado. Ou mostrar sua capacidade de agir. Política se faz na mesa de negociação. Exige conversa. Dispensa granada, coquetel molotov e bombas voadoras. É preciso defender a civilização e dizer não à barbárie.
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09/18/2001
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