PTB sugere que também recuem









PTB sugere que também recuem
O PTB formalizou ontem a retirada da candidatura de Luiz Francisco Corrêa Barbosa a vice-governador da chapa de José Fortunati. O documento, assinado pelo presidente estadual do PTB, Claudio Manfroi, também sugere que o PDT não apresente candidato próprio ao Palácio Piratini devido à proximidade da eleição. A tendência entre os petebistas é apoiar o PPS, apesar de Manfroi considerar que ainda há intenção de manter a Frente Trabalhista mesmo sem candidato próprio ao governo para fortalecer Ciro Gomes à Presidência.
O presidente regional do PDT, deputado Vieira da Cunha, que recebeu o documento, afirmou que o partido levará em conta a manifestação do PTB, mas que a definição é interna. 'Encaro como contribuição para o amadurecimento da decisão final do PDT', enfatizou. Vieira assegurou que quando a posição for tomada o PTB e o PAN, que formam a Frente Trabalhista, serão comunicados oficialmente.


Estado contesta lei contra pardais
Governo anunciou que vai à Justiça para manter seu veto ao projeto que troca aparelhos por lombadas

O governo do Estado vai recorrer à Justiça da decisão anunciada ontem pela Assembléia Legislativa, que derrubou o veto do governador Olívio Dutra ao projeto de lei 001/02. O texto prevê a substituição dos pardais nas rodovias gaúchas por lombadas eletrônicas, em locais próximos a hospitais, escolas e de grande incidência de acidentes. O governo alega que o projeto é 'inconstitucional e com caráter eleitoreiro'. 'É um projeto irresponsável, cujo proponente era o subchefe da Casa Civil no governo anterior, responsável pela contratação de todos os 55 pardais que hoje estão instalados nas rodovias gaúchas. O governo Olívio Dutra apenas implementou a contratação já fechada anteriormente', afirma o secretário estadual dos Transportes, Fernando Variani.

Para o autor do projeto, Elmar Schneider, os controladores de velocidade devem cumprir sua função de educar os usuários de rodovia, o que é feito de forma transparente pelas lombadas, 'ao contrário dos pardais, que têm função meramente punitiva e arrecadatória'. O líder da bancada do PPS, deputado Bernardo de Souza, contestou o argumento utilizado pelo Executivo para vetar o projeto de lei, ressaltando que, ao alegar, no parágrafo 10º do veto, que os pardais possuem a função de controle em toda a extensão das rodovias e não apenas em parte delas, o Executivo 'parece desconhecer o assunto que está sendo tratado'. 'Os pardais só têm efeito em locais definidos e é justamente a opção pelo seu uso que caracteriza os objetivos do tipo de sistema de prevenção de acidentes', afirmou o parlamentar.

Já o deputado Elvino Bohn Gass (PT) criticou os parlamentares que derrubaram o veto do governo. 'Além de ser uma medida inconstitucional, por ser de competência do governo federal, há uma grande diferença entre lombada eletrônica e pardal', ressaltou. Bohn Gass explicou também que os pardais são equipamentos destinados ao controle de velocidade de um segmento da via, sem previsão de redução de velocidade e com a função única de disciplinar os motoristas a obedecer os limites de velocidade, enquanto as lombadas eletrônicas têm o objetivo de reduzir as velocidades em áreas estratégicas. 'Os pardais foram uma iniciativa da administração anterior', recordou o deputado petista.


Agenda dos candidatos

HOJE
11 Celso Bernardi (PPB)
10h: reunião com equipe do plano de governo. 15h: Mariana Pimentel. 17h: Barra do Ribeiro. 19h: Guaíba.
13 Tarso Genro (PT-PCB-PC do B-PMN)
10h: Lajeado. 15h: Venâncio Aires. 17h: Santa Cruz do Sul. 19h20min: Rio Pardo.
15 Germano Rigotto (PMDB-PSDB-PHS)
Manhã/tarde: Brasília. 21h: Caxias do Sul.
16 Júlio Flores (PSTU)
9h: Largo Glênio Peres. 11h: panfletagem.
22 Aroldo Medina (PL-PSD)
11h45min: Federasul. 16h: comício com candidatos do PL. 19h30min: concentração no bairro Cristo Redentor.
23 Antônio Britto (PPS-PFL-PT do B-PSL)
Roteiros em Venâncio Aires, Vera Cruz, Candelária, Sobradinho.
40 Caleb de Oliveira (PSB)
14h: Caxias do Sul.


Líderes do PDT longe do consenso
Retirada da candidatura de Barbosa provoca confusão sobre continuidade da aliança com PTB

A decisão do PTB em romper a Frente Trabalhista no Estado, retirando a candidatura a vice-governador do juiz aposentado Luiz Francisco Corrêa Barbosa, gerou confusão entre líderes do PDT. O impasse sobre os rumos do partido para as eleições continuará até sexta-feira, quando o ex-governador Leonel Brizola virá a Porto Alegre. O deputado federal Alceu Collares enfatizou que não houve desligamento, pois considera que nunca existiu acordo entre os partidos. Disse que a vontade da executiva do PTB sempre foi a de apoiar o PPS ao governo do Estado. Ele afirmou que também é provável a aproximação do PDT com o PPS, mas ressaltou que isso deverá acontecer apenas no 2O turno. Reconheceu que sem candidato ao governo o PDT fica bastante prejudicado, mas salientou que a prioridade no momento é a campanha ao presidenciável Ciro Gomes.

O deputado federal e ex-presidente regional Airton Dipp disse o contrário: 'A coligação entre os partidos é irreversível, pois teve consolidação em convenção'. Acrescentou que o apoio informal do PTB ao PPS demonstra a fragilidade dos trabalhistas em não ter candidato próprio. Espera que o PDT defina com urgência a situação e acha que a decisão mais sensata será a indicação ao Palácio Piratini. Argumentou que sem candidato o partido enfraquece, perde a unidade e fica numa situação difícil. O vereador Nereu D'Ávila disse que a desistência de Barbosa é apenas conseqüência da saída de Fortunati. Declarou que 60 dias antes das eleições é inviável que o seu partido indique candidato. Ressaltou que o PDT deverá se concentrar na candidatura de Ciro e fortalecer a campanha às proporcionais. Espera que prefeitos e lideranças do PDT não se precipitem em apoiar o PT ou o PPS no 1O turno, pois considera que poderá haver divisão interna.

O vice-presidente da executiva regional, Pedro Ruas, não acredita no fim da aliança, mas disse que, se ocorrer, é nula a hipótese de apoio ao PT ou ao PPS. Defendeu candidatura própria e disse que o partido deve se concentrar na campanha de Ciro. O vereador José Fortunati, que oficializou a retirada da sua candidatura ao governo ontem à tarde, no Tribunal Regional Eleitoral, e incluiu seu nome na nominata à Câmara dos Deputados, afirmou que a desistência de Barbosa estabelece o rompimento dos dois partidos. Prega candidatura própria ao governo. O deputado federal Pompeo de Mattos disse que a aliança com o PTB se desfaz, pois foi consolidada por imposição da direção nacional. Relatou que a saída será apoiar Ciro e optar pelo PT ou pelo PPS no Estado.


Tarso prioriza segurança pública
Programa de governo prevê divisão da secretaria, ampliação do efetivo e combate à corrupção

O candidato ao Palácio Piratini pela Frente Popular (PT-PCB-PC do B-PMN), Tarso Genro, lançou ontem programa de governo, enfatizando desenvolvimento econômico, inclusão social e ampliação da participação popular. A segurança pública também aparece como prioridade do candidato, que se comprometeu a dividir a Secretaria da Justiça e da Segurança em duas. Uma pasta ficaria responsável pela coordenação das atividades das polícias e a outra pelas questões jurídicas e de direitos humanos. No programa, consta ampliação do efetivo da Polícia Civil e da Brigada Militar, forças-tarefas regionais para atacar o crime organizado e combate à corrupção policial. Tarso irá retomar a discussão sobre a matriz tributária, prevendo reduções e aumentos segmentados de impostos. Ele argumentou que discutirá abertamente com todos os setores, possibilitando que o projeto passe pelo Legislativo, o que foi tentado três vezes pelo governo Olívio Dutra sem sucesso. 'A aprovação será fruto de ação política do segundo governo do PT', acredita.

A valorização da matriz produtiva do Estado foi apontada por Tarso como saída para a geração de empregos. Pretende criar conselho de desenvolvimento econômico capaz de definir as políticas, facilitar o crédito e impulsionar a câmara de comércio do Mercosul para ampliar as relações da cadeia produtiva gaúcha com mercados internacionais. O candidato do PT defendeu ainda a erradicação do analfabetismo.

Sobre as dificuldades enfrentadas pelo governo para executar propostas feitas na campanha de 1998, Tarso enfatizou que o PT se responsabiliza pelos seus erros e que o desafio será superar a administração de Olívio. Lembrou que em Porto Alegre isso ocorreu, dizendo que a segunda administração da Frente Popular na prefeitura foi superior à primeira. Para ele, o atual governo pôs fim a ciclo 'predatório' no Estado. 'A volta ao passado nos levará à barbárie', avaliou. Ao elogiar as ações do governo Olívio, o candidato observou que nunca uma administração foi tão policiada e caluniada. Tarso garantiu ainda política salarial que reduza as distorções e a renegociação da dívida do Estado com a União. Ele salientou que o contrato atual, firmado em 1998, é lesivo à economia e população gaúchas.


Bornhausen duvida que mude quadro ao Planalto
O presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen, disse ontem que o horário eleitoral gratuito na televisão e no rádio, que começará dia 20, não vai alterar a polarização entre os presidenciáveis Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, e Ciro Gomes, da Frente Trabalhista. Segundo Bornhausen, apesar de os tucanos apostarem tudo na propaganda gratuita para reverter a desvantagem do seu candidato, José Serra, tudo indica que não haverá mudanças na tendência do eleitorado.


Candidatos prometem reajuste
Os candidatos ao governo do Estado Tarso Genro, Celso Bernardi, Germano Rigotto e Júlio Flores se comprometeram ontem pela manhã a revisar a política salarial e os rumos do IPE. Mesmo tendo sido convidado, Antônio Britto não compareceu. A iniciativa do encontro foi do Sindicato dos Técnicos-Científicos do Estado do RS, que lotou auditório com mais de 600 associados. Todos concordaram que o piso salarial de R$ 1.341,21 para as 42 categorias profissionais de técnicos-científicos é extremamente injusto. Outro ponto em comum foi a necessidade de enfrentar problemas de previdência e assistência médica dos servidores.

Tarso se referiu ainda ao plano nacional, afirmando que 'vivemos o fim de um ciclo e abertura de outro ainda indeterminado'. Lamentou que o Brasil tenha de recorrer a novo empréstimo do FMI para pagar juros e não aplicar o dinheiro em educação ou saúde pública.

Bernardi afirmou que a prioridade deverá ser a valorização dos servidores. Garantiu que não aumentará tributos nem venderá patrimônio se for eleito. Prometeu que criará fórum de servidores com o qual se reunirá a cada 60 dias. Acrescentou que sete secretarias serão extintas, 25% dos cargos em comissão reduzidos e não haverá demissões.

Rigotto se referiu ao déficit de caixa do Tesouro do Estado. Disse que, mesmo diante das dificuldades, os servidores precisam de motivação e o governador deve ser o primeiro a valorizá-los. Condenou a tática de jogar a sociedade contra o funcionalismo. Júlio prometeu aumento salarial de 100% como primeira medida na hipótese de ser eleito.


Ciro diz que Collor pretende se vingar
Ciro Gomes, candidato à Presidência pela Frente Trabalhista, recusou ontem o voto do ex-presidente Fernando Collor de Mello, que concorre ao governo de Alagoas pelo PRTB. 'Acho que Collor quer se vingar de mim porque eu votei contra ele no 1O turno, pois escolhi Mário Covas, e no 2O, optando por Luiz Inácio Lula da Silva. Lutei pelo seu impeachment e esse é um apoio que eu não pedi', salientou Ciro. Ele também respondeu às acusações que recebeu do candidato do PSDB à Presidência, José Serra, no debate da Rede Bandeirantes e reiterou que quando foi ministro da Fazenda o salário mínimo atingiu cerca de 100 dólares, em valores atualizados.


Garotinho reage a críticas de ACM sobre seu caráter
Anthony Garotinho, candidato do PSB à Presidência da República, reagiu ontem aos ataques do ex-senador Antônio Carlos Magalhães, do PFL, que aderiu a Ciro Gomes, da Frente Trabalhista. Em fax enviado a Garotinho, ACM disse que o candidato socialista não tem caráter e lembrou que recebeu vários telefonemas dele pedindo apoio para a campanha presidencial. 'Gostaria de saber quem é o senhor Antônio Carlos Magalhães para questionar minha família, meu caráter e minha fé', disse Garotinho.


Itamar: Serra finge apoiar Real
O governador de Minas Gerais, Itamar Franco, rebateu ontem as críticas que recebeu do candidato à Presidência pela coligação PSDB-PMDB, José Serra. Disse que o tucano sempre foi contra as medidas para o lançamento do Plano Real e que hoje finge apoiar por questões eleitorais e de interesse próprio. 'O próprio Fernando Henrique pode confirmar', afirmou. Serra questionou segunda-feira, na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, a abertura da economia feita pelos governos Itamar e Fernando Collor. Segundo ele, foram 'sem critério e no estilo cavalaria, rápido e malfeito'.


Jarbas admite estar com Ciro
O governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos, do PMDB, confirmou ontem a decisão de abrir o seu palanque para o presidenciável Ciro Gomes, da Frente Trabalhista. Jarbas estuda a proposta feita pelo presidente nacional do PPS, senador Roberto Freire, para participar de ato de campanha de Ciro. Porém, o governador afirmou que mantém seu apoio ao candidato do PSDB à Presidência, José Serra, que estará amanhã em Pernambuco para a inauguração do seu comitê de campanha. 'Sou um político de palavra', salientou Jarbas. Serra participará sexta-feira de caminhada no estado.


Lula ironiza elogio de norte-americano
Luiz Inácio Lula da Silva, que concorre pelo PT à Presidência da República, ironizou ontem os elogios que o secretário do Tesouro norte-americano, Paul O"Neill, fez ao Brasil durante a estada de dois dias no país. 'Ele não precisava ser tão 8 ou 80 para desfazer a bobagem que falou antes', disse Lula. No último dia 28, O'Neill declarou que era contrário à proposta de o Fundo Monetário Internacional socorrer o Brasil porque o dinheiro iria parar na Suíça. 'Depende dos dados que passaram e dos lugares que visitou', afirmou Lula. As declarações do candidato foram feitas após ter assistido ao filme 'Cidade de Deus', em São Paulo.


Ministério inocenta Paulinho
O Ministério do Trabalho e Emprego inocentou ontem a Força Sindical de irregularidades na aplicação do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e o candidato da Frente Trabalhista à vice-presidência, Paulo Pereira da Silva, do PTB. Em nota oficial, o ministério afirmou que erro técnico fez com que um único trabalhador fosse registrado em vários cursos financiados pelo FAT. Mesmo assim, a Controladoria-Geral da União assegurou que continuará investigando a central sindical e confirmou que Paulinho terá de se explicar no prazo de 15 dias.

O ministério esclareceu que realizou levantamento apontando que um trabalhador treinado pela Força Sindical realizou apenas um curso e não 32, como foi denunciado no fim de semana. Alegou que procedimento indevido do sistema de informática administrado por parte de executoras contratadas pela Força Sindical no cadastramento dos participantes dos cursos causou o erro. A inserção de um CPF em vários nomes provocou o equívoco.

A explicação, porém, não convenceu a corregedora-geral da União, Anadyr de Mendonça Rodrigues. Ela também emitiu comunicado eximindo-se de responsabilidade pela divulgação do levantamento e dizendo que 'a matéria contida na nota distribuída pelo ministério não esgota as questões suscitadas no relatório de auditoria nº 098818, as quais continuarão, todas, a merecer exame sereno e impessoal, pela Controladoria-Geral da União'.


Olívio critica falta de apoio a projetos
O governador Olívio Dutra criticou ontem, no lançamento do programa de Tarso Genro ao Piratini, a falta de apoio para aprovar projeto da nova matriz tributária do Estado, que modificaria alíquotas do ICMS de vários produtos. 'A proposta há de ser retomada pela sociedade em outro patamar de força no próximo ano', disse. Olívio salientou que a execução de muitos projetos está sendo difícil em função da forte oposição de prefeitos, vereadores e deputados de outros partidos. 'Vivemos com a contradição de ser governo no Estado e oposição ao projeto federal. Não fizemos tudo na administração como sonhávamos, mas o que foi possível', desabafou. O vice-governador Miguel Rossetto enfatizou que o novo governo tem a tarefa de aprofundar as conquistas populares deste mandato.


Ruth organiza evento para promover a chapa tucana
A primeira-dama Ruth Cardoso deixou de lado a polêmica de vincular ou não a imagem do governo à do presidenciável José Serra, do PSDB, e organizou evento para dia 12, em São Paulo. Estarão presentes Serra e a vice Rita Camata, do PMDB. Sob a coordenação da comissão de mulheres da campanha de Serra e do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, o encontro discutirá a participação feminina nas eleições. Integra a coordenação do evento, a ser realizado no Clube Pinheiros, Wilma Motta, viúva de Sérgio Motta.


Serra terá o dobro do tempo em rádio e TV
O candidato à Presidência da República pela aliança PSDB-PMDB, José Serra, terá o dobro do tempo de seus principais adversários na propaganda eleitoral gratuita a ser veiculada a partir do dia 20 nas emissoras de rádio e TV do país. Haverá dois blocos diários três vezes por semana de 25 minutos cada. De acordo com a instrução divulgada ontem pelo Tribunal Superior Eleitoral, cada participação de Serra terá a duração de 10 minutos e 23 segundos. Os programas dos presidenciáveis serão apresentados às terças, às quintas-feiras e aos sábados, duas vezes por dia no rádio e na TV. O tempo do tucano é a grande aposta dos estrategistas políticos de sua campanha para alavancá-lo nas pesquisas de intenção de votos e garantir a sua passagem para o 2O turno.

Luiz Inácio Lula da Silva, que concorre pela aliança PT-PL-PCB-PC do B-PMN, terá direito à metade do tempo garantido à coligação de Serra. O candidato vai gastar 5 minutos e 19 segundos com cada um de seus programas eleitorais gratuitos. Ciro Gomes, da Frente Trabalhista, contará com 4 minutos e 17 segundos por vez. O candidato Anthony Garotinho, do PSB, terá direito no horário eleitoral gratuito a 2 minutos e 13 segundos. Os representantes do PSTU, José Maria, e do PCO, Rui Costa Pimenta, poderão veicular programas de apenas 1 minuto e 23 segundos cada.

O tempo de propaganda gratuita foi calculado proporcionalmente segundo o tamanho da bancada na Câmara dos Deputados. A coligação com mais representantes na Casa conseguiu ampliar o tempo na propaganda eleitoral gratuita. Os programas no rádio serão apresentados das 7h às 7h25min e das 12h às 12h25min. Na TV, a exibição da propaganda ocorrerá das 13h às 13h25min e das 20h30min às 20h55min. Além dos programas eleitorais durante três vezes por semana, os candidatos terão direito a veicular nas emissoras de rádio e televisão inserções de duração média de 30 segundos. Elas serão apresentadas diariamente no intervalo da programação das emissoras.


Três que concorrem no Piauí não têm patrimônio
Dos oito candidatos ao governo do Piauí, três não têm sequer R$ 1,00 em bens móveis e imóveis no seu nome. As declarações dos concorrentes foram apresentadas pelo Tribunal Regional Eleitoral do Piauí. Joaquim Saraiva, do PSB, Judson Barros, do PV, e Geraldo Carvalho, do PSTU, disseram ao tribunal que não possuem qualquer bem. O governador Hugo Napoleão, do PFL, que tenta se reeleger, tem o maior patrimônio declarado, seguido por Wellington Dias, do PT.


Artigos

A constituição e a segurança
José Rubens Pillar

O Plano Cruzado, que se transformou num estelionato eleitoral, teve influência numérica na Constituinte, aprovando uma Constituição chamada cidadã. Aconteceu que, em vez de a maioria criar uma Constituição voltada para o futuro, colocou artigos revanchistas, voltados para o passado. O regime militar já havia desaparecido, não eram necessários dispositivos vinculando ao Judiciário ações antes da competência das polícias Civil e Militar. As polícias Civil e Militar perderam a ação preventiva e a competência do mandado de busca e apreensão.

O sacrificado com essa nova legislação foi o cidadão honesto, que teve que colocar grades em suas casas e padecer de uma insegurança jamais acontecida neste Brasil. Os bandidos, os ladrões, os assassinos estão sendo amparados pela Constituição, que tirou das polícias Civil e Militar a competência preventiva e a ação rápida e eficiente. Hoje são os policiais que devem se cuidar ao prender os delinqüentes, pois os conselhos de Direitos Humanos estão atentos na defesa dos marginais. É sabido que aqueles que não respeitam a força do direito e só usam o direito da força não podem ser tratados a pão-de-ló e com arroubos poéticos de sonhadores. É preciso que o Estado determine à Polícia usar o direito da força na mesma proporção usada pelos delinqüentes, para defender os cidadãos honestos, que pagam os poderes públicos para defendê-los.
Duas são as correntes, uma criminosa e outra ideológica, que hoje, com suas ações, procuram desestruturar o Estado democrático de direito. Não adianta unir os comandos das polícias, e é preciso restituir as suas antigas prerrogativas retiradas pela Constituição cidadã. Urge uma mudança constitucional. Está na hora de se exigir dos candidatos ao parlamento e ao governo uma Constituição que oportunize ao Estado garantir a segurança dos seus cidadãos.


Colunistas

PANORAMA POLÍTICO - A. Burd

D DE DESNORTEADOS
Está difícil encontrar duas lideranças do PDT com o mesmo entendimentos sobre o futuro depois que o PTB rompeu com a Frente Trabalhista no Estado. Virou solene torre de Babel onde, segundo o Antigo Testamento, seus construtores foram condenados à confusão de idiomas. A ameaça seguinte foi a dispersão. Pelas raízes e pelas tradições do partido, seus integrantes não merecem ser protagonistas de cenas do filme 'Perdidos no Deserto'. Em parte, pagam o preço pelo monitoramento à distância. Se desse episódio surgirem lideranças capazes de se rebelar, haverá algum saldo. Enquanto o presidente regional, seja quem for, continuar teleguiado, o PDT vai decrescer, apesar de esforços isolados para manter os seus redutos eleitorais.

LIMITES
O candidato do PDT ao governo do Rio, Jorge Silveira, respondeu a provocação de adversários e disse que 'Brizola pode ajudar com conselhos, mas não vai interferir em sua administração'. Quem diria...

COM MILITARES
Brizola intermediou encontro que ocorrerá amanhã entre Ciro Gomes e a oficialidade das três Armas, no Clube da Aeronáutica, Rio, para tratar das tesouradas no orçamento. Outra vez: quem diria...

SAI OU NÃO SAI
Os deputados estaduais vivem o dilema de transmitir ao vivo as sessões plenárias pela TV Assembléia, tendo de se policiar ou sair do ar até 6 de outubro. Durante esse período, a lei veda discursos sobre candidaturas e aplic a pesadas multas. Ontem, sucederam-se pronunciamentos que divergiram sobre o que fazer. O deputado Jair Foscarini tinha atacado o governo e o PT. A bancada da situação logo reagiu.

POUCO ATÉ AGORA
PDT, PTB e PPS bradam aos quatro ventos que, mesmo diante de divergências, Ciro Gomes é o elo de união. Porém, fizeram quase nada até agora pela candidatura. O material de propaganda é praticamente nulo. Coube a Sérgio Arnoud iniciativa de abrir o comitê pró-Ciro. Será 2a-feira, na Carlos Barbosa, nº 147.

ECONOMIZANDO
O PSB adota economia de guerra e faz no Rio de Janeiro as gravações de seus candidatos em todos os estados para os programas de propaganda gratuita em TV. Com o pacote, conseguiu reduzir o custo final.

NÃO SABE O QUE DIZ
O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, o desastrado sr. Paul O'Neill, arrumou a gravata e empostou a voz para dizer que 'entre os banqueiros não há pânico'. Mister, o dia em que se chegar esse ponto...

MULTADO
O PT leva primeira multa do TRE: 10 mil Ufirs por propaganda irregular em tapumes de obras de restauração da Prefeitura de Porto Alegre e em sinal de trânsito da avenida Mauá. A fiscalização não vai recuar.

DIVERGÊNCIA
1) Derrubado na Câmara parecer contrário ao projeto de lei que permite a abertura do comércio aos domingos em áreas de interesse turístico de Porto Alegre; 2) vereadores do PT, às 11h de hoje, no bairro Azenha, distribuem manifesto de repúdio contra o comércio aos domingos.

HOMENAGEM
O IPE completará 72 anos amanhã e, às 15h, os funcionários vão descerrar placa em homenagem ao colega Antônio Augusto Bernd, recentemente falecido em acidente de trânsito. Liderou a categoria com extrema dedicação e competência.

APARTES
Sindicato dos Técnicos-Científicos promoveu debate entre candidatos ao governo que exigiu definições fortes sobre futuro da categoria e do Estado.

Dalvio Leite Dias Teixeira assumiu como juiz substituto do Pleno do Tribunal Regional Eleitoral.

Israel Baumvol é o novo presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do RS, substituindo Sérgio Bampi.

Lula toca flauta: 'Todos os debatedores de domingo na TV em alguma eleição já votaram em mim'.

Ex-ministro da Justiça Miguel Reale Jr. será palestrante, dia 12, em Porto Alegre, da Semana do Advogado.

PPS estará no palanque do PTB 6a-feira em Erechim para lançamento de candidatos às proporcionais.

Lula diz que apóia acordo com FMI. Arquive-se o que disse antes.

Deu no jornal: 'Mercado ignora O'Neill e dólar sobe'. E ainda se atreve a perguntar: quem é O'Neill?

Bate-boca de Ciro e Serra segue fora da TV. Espetáculo não pode parar.


Editorial

OS CANDIDATOS E O DESEMPREGO

O debate político em torno da questão que mais preocupa hoje a sociedade brasileira, a do desemprego, deverá concentrar a atenção dos candidatos que disputam a sucessão presidencial. No primeiro debate que travaram os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva, Ciro Gomes, José Serra e Anthony Garotinho, apresentado domingo pela TV, o desemprego foi tema destacado. Diante das estatísticas que medem os índices de desemprego no país, os candidatos estão sendo desafiados a apresentar proposições que, em termos práticos e imediatos, possam representar absorção de mão-de-obra ociosa no país, se não na totalidade, pelo menos em grande parte, que busca desesperadamente colocação no mercado de trabalho.

De um modo geral, no debate, os quatro candidatos reconheceram que o desemprego é o problema mais sério do país, pelos efeitos negativos que produz no plano social, e condicionaram o encaminhamento de soluções a políticas que assegurem a retomada do desenvolvimento. A obviedade é tão gritante que, aos candidatos, cumpre o dever de apresentar propostas que, pela originalidade e pela praticidade, qualifiquem sobremaneira os programas de governo que estão defendendo. Não é suficiente afirmar que é importante oferecer cursos de qualificação para melhorar a formação da mão-de-obra, colocando-a em condições de atender às exigências da tecnologia que está sendo utilizada em escala crescente pelas grandes empresas, em diferentes setores.

O eleitorado, quando trata de avaliar os candidatos e seus programas, no tema desemprego, tem um conhecimento direto do problema, pois, hoje em dia, raras, raríssimas são as famílias que não contam, no mínimo, com um de seus membros desempregado, seja por despedida, seja, no caso dos mais jovens, pela dificuldade de ingresso no mercado de trabalho. Um dado que serve para caracterizar o quadro dramático dos jovens que buscam colocação é apresentado pela região Metropolitana de São Paulo. No estado mais desenvolvido do país, a taxa de desemprego entre jovens de 18 a 24 anos está próxima dos 29%. É, portanto, importante que os candidatos a presidente tenham um discurso claro sobre o desemprego e não fiquem apenas na promessa de que há solução para o problema. Os eleitores querem saber quais são as soluções.


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08/07/2002


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