Publicidade de alimentos e infância é tema de evento



Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), "as crianças de todas as regiões das Américas estão sujeitas à publicidade invasiva e implacável de alimentos de baixo ou nenhum valor nutricional". Esse assédio publicitário leva ao consumo de alimentos que só contribuem para o ganho de peso e o surgimento, cada vez mais cedo, de uma série de doenças. Isso sem mencionar o estímulo ao consumismo e ao materialismo.

Para debater o tema, a Rede Mobilizadores Comitê de Entidades no Combate à Fome e pela Vida (Coep) promove, a partir desta segunda-feira (14) e até sexta-feira (18), o fórum online "Publicidade de alimentos e infância". A atividade terá como facilitador João Lacerda, da Coordenação de Comunicação do Instituto Alana.

Recentemente, o Instituto Alana lançou, em parceria com a Andi Comunicação e Direitos, e a Lids (Harvard Law & International Development Society), da Universidade de Harvard, o livro "Publicidade de Alimentos e Crianças - Regulação no Brasil e no mundo".

Para subsidiar as discussões legislativas e formulações de políticas públicas no país, a publicação discute questões relativas à regulação da publicidade de alimentos na União Européia e em mais oito países: Brasil, Canadá, Austrália, Estados Unidos, Suécia, França, Alemanha e Reino Unido.

De acordo com o Instituto Alana, é fundamental a regulação da publicidade no país, especialmente quando dirigida a crianças - elas estão em fase de desenvolvimento psíquico, afetivo e cognitivo e, por isso, são mais vulneráveis aos apelos para o consumo.

"Hoje, apesar de todos os dispositivos constitucionais e legais que protegem a criança, não há uma legislação com regras claras e específicas para a publicidade que impacta o público de até 12 anos - seja por conter mensagens que despertam a identificação da criança, seja por estarem inseridas em meio à programação infantil", afirmam representantes do instituto.

As agências e anunciantes atuam apenas com base em um acordo de autorregulamentação, que não prioriza os interesses do cidadão e não protege a infância.

Uma resolução da Organização Mundial de Saúde (OMS), aprovada em maio de 2010, estimulou os governos dos Estados membros a restringirem a promoção e a publicidade de alimentos para crianças, definindo um objetivo claro para a política de redução da exposição infantil ao marketing de alimentos com alto teor de gordura, açúcar ou sal, visando diminuir os riscos para a saúde.

Segundo dados do Ibope, as crianças brasileiras ficam mais de cinco horas por dia em frente à televisão, o que demonstra o quão estão sujeitas à propaganda. De acordo com a Opas, "a constante publicidade de alimentos pobres em nutrientes e com alto teor de calorias em vários meios de comunicação influencia nas preferências alimentares e padrões de consumo das crianças. Isso enfraquece a eficácia do aconselhamento de pais e professores sobre bons hábitos alimentares e coloca as crianças em risco de obesidade e doenças relacionadas, por toda a vida".

A oficina virtual "Publicidade de alimentos e infância" acontece no site www.mobilizadores.org.br, no eixo Erradicação da Miséria. Para participar, basta estar inscrito na Rede Mobilizadores. O processo é simples, gratuito e rápido. A Rede Mobilizadores tem apoio do Banco do Brasil, Eletronuclear, Furnas, Fiocruz, Fundação Banco do Brasil e Itaipu. Mais informações: (21) 2528-3352 ou em www.mobilizadores.org.br.

Fonte:

Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional



15/10/2013 16:16


Artigos Relacionados


CDH discute publicidade de alimentos para crianças

Metrô participa de evento sobre publicidade em SP

Metrô participa de evento sobre publicidade em SP

Regras para publicidade de alimentos destinados às crianças na pauta da CDH

Senado pode solucionar disputa nas regras de publicidade de alimentos

Crianças são mais vulneráveis à publicidade de alimentos não saudáveis, dizem especialistas