"QUE VENHAM OS BOMBEIROS", CONVOCA MAURO MIRANDA
Tratar a moratória decretada pelo governador Itamar Franco do ponto de vista político, como ato de rebeldia, não é bom para o país, avaliou nesta terça-feira (12) o senador Mauro Miranda (PMDB-GO), que apelou para o desarmamento dos espíritos e o término do "clima de crise".- E que venham os bombeiros, substituindo os incendiários, e o Congresso os tem muitos, para intermediar a retomada do diálogo entre esses dois grandes líderes da política brasileira - disse, defendendo um entendimento entre Itamar e Fernando Henrique Cardoso.Ao analisar a repercussão da moratória mineira, o senador considerou que "o governador atirou no que viu e acertou no que não viu", tornando inevitável o debate sobre a situação financeira dos estados, sufocados, como o setor produtivo, pelos "custos extorsivos do dinheiro" no país. As mais altas taxas de juros do mundo estão sendo praticadas pelo Brasil, com 26,9%, seguido pela Colômbia, com taxas de 16%, comparou o senador. Semelhante taxa inviabiliza os investimentos e, por conseqüência, a retomada do desenvolvimento.Com a motivação política de respaldar o presidente da República contra a moratória mineira, "a lógica que vai prevalecer como consenso" entre os governadores que se reúnem hoje em São Luís é a de que, "com juros altos, é impossível pensar em investimentos", informou o senador.Conforme Mauro Miranda, a atitude do governador mineiro, se é politicamente discutível, serviu para revelar o fato de que todos os estados estão asfixiados e que a realidade federativa deve ser repactuada "na direção de uma justa distribuição de responsabilidades entre a União, os estados e os municípios".- Alguma coisa boa haverá de sobrar disso tudo, pelo menos em termos de reconceituação dos ônus que devem pesar sobre os estados brasileiros, cada vez mais vítimas de políticas recessivas que são decididas nos gabinetes federais, ou determinadas por organismos internacionais. Os altos juros funcionam como ciranda que só beneficia a especulação financeira internacional - concluiu.
12/01/1999
Agência Senado
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