Quebrados os sigilos telefônico e bancário de Armando Mellão
A comissão parlamentar de inquérito (CPI) mista do Banestado, que investiga a evasão ilegal de divisas do Brasil por meio de contas CC-5, aprovou nesta quinta-feira (25) a quebra dos sigilos bancário, telefônico e fiscal do ex-presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Armando Mellão. Ele foi preso em flagrante pela Polícia Federal na semana passada quando, apresentando-se como representante de integrantes da CPI do Banestado, extorquia o empresário Reinaldo de Barros.
Assinaram o requerimento pedindo a quebra dos sigilos de Mellão o presidente da CPI, senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), o relator, deputado José Mentor (PT-SP). Antero e Mentor, juntamente com os deputados federais Rodrigo Maia (PFL-RJ) e Eduardo Valverde (PT-RO), pediram a quebra dos próprios sigilos telefônicos e bancários, para que não haja qualquer dúvida quanto à inexistência de ligações dos integrantes da comissão com as extorsões de Mellão. A polícia chegou ao ex-vereador a partir de denúncia apresentada por Mentor ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos.
A CPI aprovou também a convocação do ex-juiz federal João Carlos Rocha Mattos, preso pela Operação Anaconda, da Polícia Federal, que comprovou seu envolvimento com venda de sentenças. Além de Rocha Mattos, será chamado a depor seu colega Casem Mazloum, que fazia parte do mesmo esquema. Os dois já tiveram seus sigilos quebrados pela CPI. Foi aprovado também o requerimento que pede a remessa, para a comissão, das provas encontradas na casa da ex-mulher de Rocha Mattos, Norma Cunha.
Maluf
A documentação enviada pela Suíça ao Ministério da Justiça, que comprova que o ex-prefeito de São Paulo Paulo Maluf movimentava contas naquele país, também será requerida pela CPI do Banestado, conforme requerimento aprovado nesta quinta-feira.
25/03/2004
Agência Senado
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