Quintanilha estima que processo contra Renan pode ser votado ainda em agosto



O presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO), estimou que ainda em agosto poderá ocorrer a votação do relatório final do processo contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Em entrevista à Agência Senado na sexta-feira (27), Quintanilha disse que o prazo de um mês - o Congresso retoma seus trabalhos no dia 1º de agosto - é "tempo mais que suficiente" para a conclusão dos trabalhos.

O presidente do Conselho afirmou que a Polícia Federal já está de posse de quase todos os documentos necessários para responder às 30 perguntas formuladas pelo conselho sobre os documentos de compra e venda de gado apresentadas por Renan. Segundo ele, faltam apenas os dados referentes a uma pessoa física.

Quintanilha explicou que, finda a perícia, caberá aos relatores do processo - os senadores Marisa Serrano (PSDB-MS), Renato Casagrande (PSB-ES) e Almeida Lima (PMDB-SE) - abrirem prazo para a defesa se manifestar e, então, concluir o relatório. O presidente do conselho informou que, já na semana que vem, pretende fazer uma reunião informal com os três relatores para a definição desses prazos.

O representante tocantinense no Senado afirmou ter passado o recesso em Brasília, trabalhando para que os documentos chegassem no menor tempo possível à Polícia Federal. Lembrou que até as duas empresas que não mais estão em funcionamento - a GF da Silva Costa e Carnal - Carnes de Alagoas Ltda. - tiveram a documentação pertinente a elas enviadas pelo contador responsável, Roberto Gomes de Souza, que também anexou correspondência na qual afirma que todos os pagamentos eram realizados por meio de cheques das respectivas empresas, inclusive nas operações comerciais realizadas com o produtor rural Renan Calheiros.

Além destes, já foram enviados à perícia documentos da Secretaria Estadual da Fazenda de Alagoas; notas fiscais de produtores rurais que teriam comprado gado do senador (José Acácio da Rocha; Maria Waldecir Ricardo da Rocha; Adriana Braga Cavalcanti Duarte; e Cristiano Alberto Santos Duarte); Guias de Transporte Animal (GTAs) encaminhadas pela Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas (Adeal); e notas fiscais apresentadas pelo deputado Olavo Calheiros (PMDB-AL), irmão de Renan, que também é citado nas denúncias de possíveis irregularidades na venda de gado.

O presidente do Senado enfrenta processo de quebra de decoro decorrente de representação apresentada pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), baseada em publicações na imprensa, segundo as quais Renan foi favorecido por uma empreiteira no pagamento de pensão à filha que tem com a jornalista Mônica Veloso. Ao apresentar as operações de venda de gado, Renan quis provar que tinha recursos para arcar com a pensão.



27/07/2007

Agência Senado


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