Quintanilha manifesta apreensão com declarações dos dirigentes do MST
O senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO) manifestou sua apreensão com declarações de dirigentes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que, segundo disse, ameaçaram "infernizar o país no mês de abril".
- É imperativo fazer a reforma agrária, mas é igualmente imperativo proteger os proprietários rurais, responsáveis pelo agronegócio que está salvando a balança comercial do país - alertou o senador.
Quintanilha disse que as invasões de terra não são feitas de maneira pacífica, mas por uma "turba agressiva", contra propriedades muitas vezes produtivas. Ele alertou para a multiplicação de acampamentos ao logo das rodovias, depois que o governo anunciou que os acampados seriam assentados em lotes destinados à reforma agrária.
O senador acrescentou que os acampados, muitas vezes, "não parecem ser pessoas afeitas às lides agrícolas", mais se assemelhando aos desempregados das zonas periféricas das cidades que vêem na reforma agrária uma oportunidade de encontrar um rumo na vida. Em Miracema (TO), segundo disse, muitos acampados voltam às suas casas para dormir.
Quintanilha ressaltou que a estagnação da economia e o desemprego estão agravando o problema. Na sua avaliação, os acampamentos não terminarão, especialmente se os trabalhadores que hoje estão acampados forem assentados.
- Muitos outros surgirão - garantiu.
Em aparte, o senador Sérgio Guerra (PMDB-PE) afirmou que os Ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário não têm o menor poder político. Ele afirmou que a única prioridade do governo Lula é o superávit primário.
Também em apartes, os senadores Jonas Pinheiro (PFL-MT), Pedro Simon (PMDB-RS) e Antero Paes de Barros (PSDB-MT) conclamaram o governo a definir, com urgência, um modelo de reforma agrária conversando tanto com os trabalhadores quanto com os proprietários rurais.
A senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) disse que a imensa concentração de terras nas mãos de alguns poucos proprietários não pode continuar. Somente em Mato Grosso, segundo a senadora, 3 milhões de hectares de terras públicas foram ocupados, indevida e irregularmente, pelos grandes proprietários.
29/03/2004
Agência Senado
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