Racismo deve ser combatido de forma radical, afirma Simon



As decisões governamentais para combater o racismo deveriam ser mais radicais, afirmou o senador Pedro Simon (PMDB-RS), durante a sessão plenária especial em homenagem aos 118 anos da abolição da escravatura, realizada nesta sexta-feira (12). Segundo o senador, em Brasília, por exemplo, ele não vê negros trabalhando nos shoppings centers da cidade.

Simon defendeu o sistema de cotas para negros nas universidades, observando que já deveria ter sido adotado há mais tempo. Disse defender o sistema de cotas para outros setores discriminados pela sociedade.

Ao elogiar a atuação do senador Paulo Paim (PT-RS) no Legislativo, Simon disse que o Congresso já teve "grandes vultos", mas, no momento, está desmoralizado perante a sociedade brasileira, enfrentando o escândalo do superfaturamento na compra de ambulâncias com dinheiro do Orçamento, o pagamento do mensalão e a absolvição dos parlamentares envolvidos com corrupção, que deixaram de ser cassados pela Câmara.

- O Congresso que me perdoe. Mas, no contexto atual, não estamos à altura do povo brasileiro. [...] O Congresso vive a hora mais escura de sua história - afirmou.

Simon elogiou o povo brasileiro, dizendo que é "pacífico, ordeiro e trabalhador". Já as elites, observou, "valem muito pouco, não são grande coisa". O senador também disse estar sem esperança quanto ao futuro político, pois já não acredita na chamada social-democracia e a justiça social que se aguardava com o atual governo não ocorreu. Além disso, Simon qualificou o atual momento político como "o pior período que conhecemos".

- Pensávamos que tinha chegado a nossa hora, com alguém que veio do povo, mas deu no que deu. E não temos mais o direito de sonhar. Quem sonhar agora está fora da realidade. Lula (o presidente Luiz Inácio Lula da Silva), uma pessoa a quem quero bem, não fez nem as transformações sociais como sequer puniu os responsáveis pelo que aconteceu. Nem se fala mais no assunto - disse Simon.

12/05/2006

Agência Senado


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