Raimundo Colombo critica governo por vetar fiscalização do imposto sindical



O senador Raimundo Colombo (DEM-SC) criticou, nesta quinta-feira (10), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva por vetar artigo da lei de reconhecimento das centrais dos trabalhadores que obrigava as entidades sindicais a prestarem contas de seus gastos com recursos do imposto sindical ao Tribunal de Contas da União (TCU).

- Esse veto é inaceitável - afirmou, admitindo não ter simpatia pelo projeto de lei porque trataria de repasses de verbas em um sistema "cartorial".

- O dinheiro tem que ficar com as pessoas. Cada vez impõem-se sobre a sociedade mais taxas e tarifas. E lá se vão mais R$ 100 milhões - protestou, em referência aos recursos que serão arrecadados anualmente pelas centrais, sindicatos, federações e confederações.

Raimundo Colombo mencionou a ação que o DEM protocolou na Justiça para que o dinheiro a ser transferido às entidades seja considerado como imposto e, fique, portanto, sujeito à fiscalização. Na opinião do parlamentar, a clareza na utilização dos recursos iria conferir mais credibilidade ao poder público.

- É assim que uma democracia começa a se distanciar do povo. É assim que aqueles que chegam ao poder em nome dos mais humildes acabam defendendo interesses escusos e de poderosos. É assim que um governante cai na esparrela barata de um poder que pode tudo, inclusive liberar os seus parceiros da fiscalização - disse Colombo.

O senador lembrou declaração concedida pelo presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), no sentido de que o veto era bom para as entidades, mas que "a banda podre do sindicalismo" certamente se aproveitaria da decisão.

- Sem dúvida, a banda podre vai se aproveitar - previu Raimundo Colombo.



10/04/2008

Agência Senado


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