Ramez Tebet é o novo presidente do Senado
- Não temos o direito de manter disputas de ego, enquanto o país vive uma trágica guerra social - frisou o presidente do Senado.
A eleição foi precedida de intensas negociações entre os diversos partidos. O PMDB, como a maior bancada do Senado, tinha o direito de ocupar a Presidência, conforme a tradição da Casa. Desde a última quinta-feira (dia 13), quando o ex-presidente, Jader Barbalho (PMDB-PA), anunciou que renunciaria ao cargo - ato formalizado na terça-feira (dia 18) - diversos nomes foram aventados como possíveis candidatos à Presidência do Senado.
A decisão só veio na quarta-feira (dia 19), em reunião de mais de quatro horas da bancada pemedebista. Além de Tebet, até então ministro da Integração Nacional, os senadores José Fogaça (RS) e José Alencar (MG) pleiteavam a indicação. O ex-presidente da República, José Sarney (AP), também apresentou a sua candidatura, mas retirou-a, uma vez que não houve consenso na bancada em torno do seu nome.
Antes da eleição em Plenário, o líder do governo, Romero Jucá (PSDB-RR), recomendou o voto em Tebet. Mas o apoio não era unânime entre os parlamentares governistas. O senador José Agripino (PFL-RN), por exemplo, chegou a admitir restrições ao nome de Tebet na bancada do PFL, e disse que o partido estudava a possibilidade de apoiar um outro candidato do PMDB, que aceitasse lançar uma candidatura avulsa. Proclamado o resultado, parte da bancada do PFL se retirou do Plenário, enquanto Tebet iniciava o discurso de posse.
O Bloco Oposição defendeu o voto em branco. O líder José Eduardo Dutra (PT-SE) disse que a eleição de Tebet representava "mais um round" na disputa entre Jader Barbalho e o ex-senador Antonio Carlos Magalhães. "A forma como o processo foi conduzido vai até incentivar que continue a crise", disse.
Tebet, porém, disse que os votos em branco não significavam desaprovação à sua candidatura, mas mensagens de paz. "Recebo os votos em branco como que dizendo que queremos paz nesta Casa".
Na avaliação do líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), o PMDB demonstrou capacidade de distensionar a crise política que envolvia Jader. O senador reclamou de setores do PFL que, segundo ele, tentaram tumultuar o processo sucessório.
- A eleição de Tebet foi a vitória da tolerância sobre a intolerância, da humildade sobre a arrogância, do voto sobre o veto - comentou.
Os senadores Amir Lando (PMDB-RO), Gilberto Mestrinho (PMDB-AM), Lúcio Alcântara (PSDB-CE), Maria do Carmo (PFL-SE) e Iris Rezende (PMDB-GO) não compareceram à sessão que elegeu o novo presidente do Senado. O senador Bernardo Cabral (PFL-AM), que chegou a registrar sua presença, não votou.
20/09/2001
Agência Senado
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