Ramez Tebet é o novo presidente do Senado



O senador Ramez Tebet (PMDB-MS) foi eleito nesta quinta-feira (dia 20) presidente do Senado, para um mandato que se encerra em fevereiro de 2003. Candidato único, Tebet recebeu 41 votos, maioria absoluta dos 81 integrantes da casa. Houve 31 votos em branco e três senadores anularam seus votos. A tônica do discurso de posse de Tebet foi a necessidade de conciliação entre as correntes políticas do Senado.

- Não temos o direito de manter disputas de ego, enquanto o país vive uma trágica guerra social - frisou o presidente do Senado.

A eleição foi precedida de intensas negociações entre os diversos partidos. O PMDB, como a maior bancada do Senado, tinha o direito de ocupar a Presidência, conforme a tradição da Casa. Desde a última quinta-feira (dia 13), quando o ex-presidente, Jader Barbalho (PMDB-PA), anunciou que renunciaria ao cargo - ato formalizado na terça-feira (dia 18) - diversos nomes foram aventados como possíveis candidatos à Presidência do Senado.

A decisão só veio na quarta-feira (dia 19), em reunião de mais de quatro horas da bancada pemedebista. Além de Tebet, até então ministro da Integração Nacional, os senadores José Fogaça (RS) e José Alencar (MG) pleiteavam a indicação. O ex-presidente da República, José Sarney (AP), também apresentou a sua candidatura, mas retirou-a, uma vez que não houve consenso na bancada em torno do seu nome.

Antes da eleição em Plenário, o líder do governo, Romero Jucá (PSDB-RR), recomendou o voto em Tebet. Mas o apoio não era unânime entre os parlamentares governistas. O senador José Agripino (PFL-RN), por exemplo, chegou a admitir restrições ao nome de Tebet na bancada do PFL, e disse que o partido estudava a possibilidade de apoiar um outro candidato do PMDB, que aceitasse lançar uma candidatura avulsa. Proclamado o resultado, parte da bancada do PFL se retirou do Plenário, enquanto Tebet iniciava o discurso de posse.

O Bloco Oposição defendeu o voto em branco. O líder José Eduardo Dutra (PT-SE) disse que a eleição de Tebet representava "mais um round" na disputa entre Jader Barbalho e o ex-senador Antonio Carlos Magalhães. "A forma como o processo foi conduzido vai até incentivar que continue a crise", disse.

Tebet, porém, disse que os votos em branco não significavam desaprovação à sua candidatura, mas mensagens de paz. "Recebo os votos em branco como que dizendo que queremos paz nesta Casa".

Na avaliação do líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), o PMDB demonstrou capacidade de distensionar a crise política que envolvia Jader. O senador reclamou de setores do PFL que, segundo ele, tentaram tumultuar o processo sucessório.

- A eleição de Tebet foi a vitória da tolerância sobre a intolerância, da humildade sobre a arrogância, do voto sobre o veto - comentou.

Os senadores Amir Lando (PMDB-RO), Gilberto Mestrinho (PMDB-AM), Lúcio Alcântara (PSDB-CE), Maria do Carmo (PFL-SE) e Iris Rezende (PMDB-GO) não compareceram à sessão que elegeu o novo presidente do Senado. O senador Bernardo Cabral (PFL-AM), que chegou a registrar sua presença, não votou.

20/09/2001

Agência Senado


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