RAMEZ TEBET EXALTA DESTEMOR DE DOM HÉLDER
"Pelo amor, Dom Hélder entregou-se ao sacerdócio, tomando votos aos 22 anos de idade. Com abnegação, colocou-se ao lado dos pobres, dos desvalidos da sorte, fazendo-se irmão de todos. Com destemor, enfrentou os poderosos, lutando em defesa de quantos estiveram ameaçados pela ação repressora do regime militar e, sem levantar críticas a quem quer que fosse, empenhou-se na propagação das idéias de não-violência, como caminho a ser trilhado para as conquistas sociais". As declarações foram feitas pelo senador Ramez Tebet (PMDB-MS) ao homenagear Dom Hélder Câmara, arcebispo emérito de Olinda e Recife, pelo seu 90º aniversário. Tebet citou frase de Dom Hélder - "é jovem quem tem uma razão para viver" - e disse que a vida do homenageado foi sempre uma expressão do que a juventude tem de mais valoroso: o amor desinteressado, a abnegação às causas que abraça e o destemor ante o perigo que ameaça seus ideais.- Com todas essas características, a vida de Dom Hélder Câmara não poderia ter deixado de despertar polêmicas: "Se eu dou comida aos pobres, eles me chamam de santo. Se eu pergunto por que os pobres não têm comida, eles me chamam de comunista", constatou ele mesmo, sintetizando as razões que provocaram as discussões a seu respeito - registrou Tebet. Depois de destacar os testemunhos que "eminentes figuras" deram ao longo dos anos sobre Dom Hélder, como os de Sobral Pinto, Ziraldo, Milton Nascimento e Ulisses Guimarães, entre outros, Ramez Tebet citou as palavras com que o Papa João Paulo II, em visita a Recife, referiu-se a Dom Hélder: "Irmão dos pobres e meu irmão".
30/03/1999
Agência Senado
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