Ramez Tebet recomenda que Jornal do Senado "evite adjetivações"
Em resposta a pedido de providências feito em Plenário pelo senador Bello Parga (PFL-MA), que reclamou do uso do termo "Lei da Mordaça", pelo Jornal do Senado, na cobertura sobre projeto que proíbe autoridades públicas de divulgarem informações sobre pessoas investigadas, o presidente do Senado, Ramez Tebet, recomendou aos jornalistas da publicação que evitem "adjetivações". Parga foi relator da proposição na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), que aprovou seu parecer na última quarta-feira e encaminhou requerimento para votação da matéria em Plenário em regime de urgência.
Ao comentar a intervenção de Bello Parga sobre o assunto, Ramez Tebet disse tê-la compreendido com um sentido de "esclarecimento", e não "punitivo". Isso revelaria, na verdade, o desejo de ver o Jornal do Senado atuando sempre com imparcialidade.
- Se alguém adjetivou algo, que se coloque isso na boca de quem adjetivou - orientou o presidente do Senado.
Ramez Tebet afirmou, no entanto, ter "certeza absoluta" de que "não houve má-fé" no uso da expressão, por "estar entre aspas e ser de uso comum".
- Não foi o Jornal do Senado que criou o nome "Lei da Mordaça" - observou, lembrando que já foram usados, em outras ocasiões, termos "elogiosos ou deselegantes" para denominar projetos de lei em discussão no Congresso Nacional.
No final de suas considerações, Ramez Tebet informou que o Jornal do Senado já está em sua edição 1.614 e que, nesses oito anos de circulação, recebeu apenas duas reclamações em Plenário.
- É uma publicação que merece todo o nosso aplauso, porque realmente está cumprindo com sua missão de retratar o trabalho do Senado com imparcialidade e objetividade, sem discriminar qualquer senador - elogiou.
Essa discussão ocorreu logo após o presidente do Senado anunciar que ficou prejudicado, por falta de quorum, o requerimento para votação daquele projeto em regime de urgência. Na oportunidade, o PT e o PSB se declararam "em obstrução", enquanto o PFL e o PMDB expressaram-se favoráveis à aprovação do requerimento. Os únicos senadores do PMDB que declararam voto contrário foram Pedro Simon (RS) e Maguito Vilela (GO). Pediram verificação de quorum os senadores José Eduardo Dutra (PT-SE), Carlos Wilson (PTB-PE), Pedro Simon e Casildo Maldaner (PMDB-SC). Já os senadores Romero Jucá (PSDB-RR) e Edison Lobão (PFL-MA) deram voto "sim" ao requerimento.
05/12/2002
Agência Senado
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