Randolfe critica despreparo da polícia em caso de mulher arrastada por viatura
O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) lamentou, nesta quarta-feira (19), a morte de Cláudia Silva Ferreira, de 38 anos, ocorrida no domingo (16), no Rio de Janeiro (RJ). A versão da polícia é de que ela foi baleada durante uma troca de tiros com traficantes do Morro da Congonha, em Madureira. Ao ser removida do local pela PM, caiu do porta-malas do carro, onde havia sido colocada, e foi arrastada, pendurada no para-choque por um pedaço da roupa. Os policiais disseram que estavam levando Cláudia para o hospital, quando o porta-malas se abriu e ela caiu. Testemunhas contam que os policiais foram alertados, mas se recusaram a parar o carro.
Na avaliação do senador, a Polícia Militar do Rio de Janeiro se mostrou despreparada. Ele criticou o fato de os policiais envolvidos no caso terem mais de 60 ações que resultaram em morte. Randolfe disse que a polícia tem se preparado apenas com a ótica de criminalizar, tendo como foco os mais pobres.
– Estão na favela, são pretos, são pobres, são iguais a criminosos – disse o senador, acrescentando que foi essa ótica que vitimizou Cláudia.
Randolfe fez questão de dizer que é solidário com as forças policiais e elogiou iniciativas como unidades pacificadoras e policiamento comunitário. Ele pediu mais treinamento e melhores salários para os policiais. No entanto, disse o senador, a sociedade precisa reagir quando cidadãos trabalhadores são vítimas da polícia.
O senador acrescentou que a polícia não pode ter assassinos ou membros de milícias em seus quadros. Ele também cobrou responsabilidade do governador fluminense, Sérgio Cabral, e da presidente da República, Dilma Rousseff.
– Não é essa a polícia que se quer neste país. Queremos uma polícia que proteja as pessoas, independentemente da cor da pele e da classe social – declarou o senador.
Em aparte, os senadores Eduardo Suplicy (PT-SP) e Ana Rita (PT-ES) elogiaram o pronunciamento do colega, pediram mais treinamento para os policiais e se solidarizaram com a família de Cláudia.
19/03/2014
Agência Senado
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