Randolfe diz que governo não pode tratar conflitos indígenas como caso de polícia
Em pronunciamento nesta quarta-feira (5), o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) disse que os atritos em áreas indígenas devem ser resolvidos com responsabilidade pelo governo, e não com o envio da Força Nacional para áreas em conflito, a exemplo do que ocorre em região ocupada por integrantes da etnia terena, no Mato Grosso do Sul.
- Esse tipo de massacre não pode continuar. Não posso ouvir discursos dos que acham que as lideranças indígenas são algozes. São vítimas e não é de hoje, são vítimas há 500 anos. O Estado brasileiro não pode, como fez historicamente, tratar a questão como se fosse caso de polícia – afirmou.
Randolfe Rodrigues citou o livro Enterrem meu Coração na Curva do Rio, em que o escritor Dee Brown narra a destruição sistemática dos índios norte-americanos, e disse que a história repete-se em solo brasileiro.
- O que ocorre hoje no Brasil é similar aos Estados Unidos. A retórica trata como se fosse demais os povos indígenas terem direito a terra e seus direitos assegurados – afirmou.
Como exemplo, Randolfe Rodrigues citou o Relatório Figueiredo, debatido em recente audiência pública no Senado, e disse que as atrocidades cometidas contra os índios no Brasil do regime militar (1964-1985), apresentadas no documento, “fariam inveja à SS [organização paramilitar] nazista“.
Randolfe Rodrigues apontou ainda a existência de conflitos indígenas “em todos os cantos do país”. O senador disse que a política de saúde pública voltada aos indígenas está sucateada, e que eles encontram-se “à mercê de todo tipo de enfermidade deixada pelos brancos, sem nenhuma política de assistência do Estado brasileiro”.
05/06/2013
Agência Senado
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