Receita aperta controle e exige que vinhos e espumantes tenham selo especial



A partir de julho de 2011, os vinhos e espumantes só poderão ser vendidos no país com selo de controle especial fornecido pela Receita Federal. A nova regra foi publicada nesta segunda-feira (19) no Diário Oficial da União.

De acordo com o secretário da Receita, Otacílio Cartaxo, a mudança atende pedido do setor, que reclamava da concorrência com o comércio ilegal das bebidas. As fraudes mais comuns, ressaltou, são a falsificação, o contrabando e o comércio sem nota fiscal.

“O selo é o indicador mais visível da legalidade do produto. É um dos instrumentos mais antigos que a administração tributária usa para evitar a sonegação”, afirmou.

Atualmente, apenas as bebidas destiladas, aperitivos, batidas e bebidas refrescantes com teor alcoólico inferior a 8% são submetidas à selagem. As cervejas e refrigerantes, que não têm selo, têm a produção monitorada por meio do controle de vazão nas fábricas.

Os vinhos, no entanto, até agora não passavam por mecanismos especiais de controle. “O mercado era pequeno e os controles fiscais não compensavam os custos para a Receita”, afirmou o coordenador-geral de Fiscalização da Receita, Antonio Zomer.

Produzidos pela Casa da Moeda, os selos são distribuídos pela Receita Federal aos produtores e importadores. De acordo com representantes da Receita, não há risco de que a medida resulte em aumentos de preços porque o custo dos selos é abatido do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

“O único custo que existirá será no caso das pequenas empresas, que terão de contratar um funcionário a mais para fazer a selagem manualmente. Mesmo nesse caso, os estudos do setor concluem que o impacto no preço não passa de R$ 0,02 por garrafa, custo que não é repassado aos consumidores”, explicou Zomer.

A nova legislação também estabelece que os produtores, engarrafadores, cooperativas, comerciantes e importadores terão de se inscrever no Registro Especial, no qual as empresas estão submetidas a uma série de exigências adicionais. Entre os novos requisitos estão o pagamento em dia das obrigações fiscais, o registro no Ministério da Agricultura e capital social mínimo de R$ 50 mil para os importadores.

Para evitar transtornos a produtores e comerciantes, a Receita estabeleceu um calendário de transição. Até 10 de junho as empresas terão de apresentar a previsão de quantos selos pretendem encomendar. Até 31 de agosto, elas terão de se inscrever ou atualizar os dados no Registro Especial.

A instrução normativa também estabelece que a partir de 1º de novembro, os produtores e importadores terão de usar os selos de controle. Para os atacadistas e varejistas, a selagem só será obrigatória a partir de 1º de julho de 2011.

No caso de vinhos e espumantes nacionais, Zomer esclarece que os selos não serão exigidos para safras antigas. Em relação ao comércio e à importação, o selo só valerá para garrafas de safras de anos anteriores, adquiridas para revenda depois de julho do próximo ano.

Fonte:
Agência Brasil

 



19/04/2010 20:39


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