Recusa em fazer exame de DNA pode passar a ser considerada admissão de paternidade



A recusa em submeter-se a exame de DNA ou a qualquer outro meio científico de prova, para investigação de paternidade, pode passar a ser considerada como admissão implícita de que o investigado é mesmo o pai. A medida consta de proposta aprovada nesta quinta-feira (14) pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). Originária da Câmara dos Deputados, o PLC 31/07 vai agora a Plenário, para decisão final.

VEJA MAIS

Atualmente, não existe regra firmada para o procedimento dos juízes quando há recusa de fazer exame de DNA em processos de paternidade. Alguns consideram a recusa insistente do investigado em fazer os exames como prova suficiente, mas muitos entendem que essa negativa é apenas um indício, havendo necessidade de outras evidências de que existiu um relacionamento entre o suposto pai e a mãe da criança.

Amparo

Como previsto no projeto da então deputada Iara Bernardi, os exames devem ser requeridos à Justiça por quem tenha legítimo interesse na investigação ou pelo Ministério Público. Na justificação, a autora defende a "necessidade de tratar com rigor a irresponsabilidade de pais ausentes, para que assumam o papel que lhes cabe". Em parecer favorável, o relator, senador Antônio Carlos Junior (DEM-BA), afirma que o objetivo é proteger a criança em seu direito "de ser cuidada e amparada por seus pais".

- Não é mais possível que a sociedade civil, as instituições, a lei e o direito se compadeçam dessa situação e cruzem os braços, diante de tamanha irresponsabilidade, falta de cooperação, indiferença ou desídia - justificou.

A proposta altera a lei que regula a investigação da paternidade dos filhos tidos fora do casamento (8.560/92), segundo a qual em registro de nascimento de menor apenas com a maternidade estabelecida, o oficial remeterá ao juiz certidão integral do registro e o nome e prenome, profissão, identidade e residência do suposto pai, a fim de ser averiguada oficiosamente a legitimidade da alegação. Um novo dispositivo passa a considerar a recusa do hipotético pai em fazer os exames como admissão da paternidade.

Por Gorette Brandão e Valéria Castanho / repórteres da Agência Senado

  Esterilização é aprovada como controle de natalidade de cães e gatos

"Operação limpa-pauta" acelera votação de projetos antigos ou consensuais na CCJ



14/05/2009

Agência Senado


Artigos Relacionados


Recusa em fazer teste de DNA pode ser considerada admissão de paternidade

CCJ aprova mais um projeto estabelecendo que recusa a exame de DNA permite presumir paternidade

Exposição de prova de paternidade pode ser considerada crime

Exposição de prova de paternidade pode ser considerada crime

Exame de DNA em processos de investigação de paternidade podem ser gratuitos

CCJ DISCUTE EXAME GRATUITO DE DNA, PARA CONFIRMAÇÃO DE PATERNIDADE