Redenção da educação passa pelo ensino a distância, diz Patrocínio



O caminho da redenção da educação brasileira, especialmente da escola pública, passa pela educação a distância. A previsão é do senador Carlos Patrocínio (PFL-TO), que nesta sexta-feira (dia 6), em pronunciamento no plenário da Casa, apelou ao poder público para fazer mais do que faz atualmente com a TV Escola, e propôs o debate do ensino a distância dentro do Congresso Nacional.

- O Brasil não pode esperar mais: nas circunstâncias em que vivemos, não incentivar a educação a distância ou impedir sua rápida expansão é a maneira mais fácil e cruel de perpetuar os mecanismos de exclusão social que há séculos nos infernizam - disse Patrocínio.

Na avaliação do parlamentar, "a vitoriosa experiência da TV Escola tem que ser reproduzida em série e cursos de licenciatura a distância precisam ser multiplicados". Ele pediu ao Ministério da Educação que proponha normas avançadas para essa modalidade de ensino, com o objetivo de permitir que "experiência inovadoras no setor não sejam cerceadas pelo excesso de amarras e entraves burocráticos".

Patrocínio entende que a proposição dessas normas permitiria, ainda, "estimular as mais diversas instituições e organizações a investir nessa modalidade de ensino que, mais do que qualquer outra, tem o dinamismo e a flexibilidade suficientes para responder aos desafios da sociedade contemporânea". O senador considera que, apesar dos avanços quantitativos do sistema educacional brasileiro, este "padece de forma aguda de um grande mal: o precário desempenho".

Não basta colocar todas as crianças na escola, alertou o parlamentar.

- Necessário se faz garantir-lhes educação de qualidade, sem a qual todo o esforço despendido terá sido em vão - afirmou, para acrescentar que realizar essa tarefa exige professores bem remunerados e bem formados.

Segundo Patrocínio, a modalidade de educação a distância deve estar presente de maneira vigorosa em várias áreas.

- Para um país como o nosso, de dimensões continentais e com tanto tempo perdido a recuperar, essa modalidade educacional não é luxo, muito menos modismo, mas sim absolutamente indispensável - destacou.

O exemplo da TV Escola é apontado pelo senador como prova da contribuição que a educação a distância pode dar para aprimorar professores, ensinar alunos, difundir técnicas e reciclar profissionais nos mais diversos campos de atividade. Ele destacou, ainda, o trabalho desenvolvido pela Confederação Nacional dos Transportes, que transmite um programa de educação a distância para mais de 1.600 postos de recepção, instalados em empresas, federações e sindicatos, além de 75 unidades da própria entidade.

Em apartes, os senadores Leomar Quintanilha (PPB-TO) e Arlindo Porto (PTB-MG) apoiaram o pronunciamento do parlamentar pelo Tocantins e enfatizaram a necessidade de o país ousar e avançar, ainda mais rápido, no campo da ampliação e do aprimoramento dos níveis de educação e de capacitação da sociedade brasileira.

06/04/2001

Agência Senado


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