Reforma da previdência só será aprovada no Senado com emendas, afirma Paim



O 1º vice-presidente do Senado, Paulo Paim (PT-RS), disse nesta sexta-feira (1º) que não acredita na aprovação, sem alterações, do texto elaborado pela Comissão Especial da Câmara sobre a reforma da Previdência, e, menos ainda, que o Senado venha a votar essa proposta sem emendas.

- Sou muito franco, e tenho dito sempre que, por baixo dessa ponte, vai rolar muita água. O Senado não está aqui só para carimbar propostas que venham da Câmara ou do Executivo. O Senado vai ouvir a sociedade e aperfeiçoar o texto, para que contemple a média de pensamento de todos os setores da sociedade - afirmou.

Paim esclareceu que, por delegação da Mesa, vem cumprido o papel de ouvir todos os setores da sociedade sobre a reforma, tendo transformado seu gabinete -numa sala de reuniões permanente-. O senador elogiou a forma como o deputado João Paulo Cunha, presidente da Câmara, vem conduzindo a tramitação da reforma naquela Casa.

- O presidente João Paulo está fazendo um bom trabalho, e já fui ao gabinete dele deixar clara minha solidariedade. A negociação foi aberta por ele, e já avançou, na paridade, na integralidade. É preciso discutir ainda a tributação dos inativos, a questão dos pensionistas e uma regra de transição para a questão da idade. Pense numa pessoa que estaria para se aposentar no dia seguinte à aprovação da reforma, já tendo programado sua vida pela regra vigente, e teria que trabalhar mais sete anos. É preciso uma regra de transição que não seja nem o céu, nem a terra - ressaltou.

O senador está convencido de que o Congresso não está disposto a ir além de R$ 12 mil - mesmo vencimento dos parlamentares - para a remuneração dos desembargadores.

- O importante é assegurar que a cúpula dos Três Poderes acerte de uma vez por todas o teto, e que ninguém ganhe um centavo acima dele. O presidente do Supremo já garantiu que, fixado o teto, ninguém mais nesse país vai ganhar 20, 30, 40, 50 ou 80 mil reais, porque isso não é mais direito adquirido e sim privilégio, e privilégio a Constituição não protege. A primeira questão é fixar esse teto de forma definitiva e, em seguida, chegar a um entendimento sobre o sub-teto - disse Paim.



01/08/2003

Agência Senado


Artigos Relacionados


Paim fala sobre emendas e diz em Plenário que reforma da Previdência será alterada no Senado

Paim apresenta emendas à proposta da reforma da Previdência

Governadores não decidirão reforma da Previdência, afirma Paim

Paulo Paim acredita que reforma da Previdência será alterada

Paulo Paim defende debate da reforma da Previdência pelo Senado

Reforma administrativa do Senado será modelo de gestão pública, afirma Sarney