Reforma política é prioridade, diz Sarney
O presidente do Senado, José Sarney, afirmou nesta segunda-feira (3) que a reforma política será a prioridade da agenda do Poder Legislativo. De acordo com o presidente Sarney, que concedeu entrevista à imprensa após fazer uma visita de cortesia ao presidente eleito da Câmara, deputado João Paulo Cunha, a tramitação da reforma política no Senado deverá ser iniciada imediatamente.
Segundo Sarney, o presidente da Câmara disse que vai iniciar o debate das reformas tributária e previdenciária assim que receber os textos que estão sendo preparados pelo Executivo.
- A reforma política deve ser uma agenda nossa (do Congresso Nacional), enquanto a tributária e previdenciária é do Poder Executivo - disse.
Para Sarney, a reforma política é prioridade porque, enquanto o país tiver instituições políticas do século XIX, não se modernizará. Na sua opinião, o voto distrital é um dos caminhos a ser escolhido.
- Como não se pode acabar com a inflação nem resolver problemas por decreto, não adianta, em reforma política, votar uma lei restritiva quanto à fidelidade partidária se não enfrentarmos o problema do sistema de votação. O voto proporcional leva à fragmentação e à infidelidade partidária. Enquanto não mudarmos o sistema de votação vai haver os mesmos problemas, os partidos serão cartórios para registrar candidatos em véspera de eleição - disse.
Sarney admitiu a possibilidade de haver mudanças nos regimentos internos do Congresso para facilitar a tramitação das reformas. Segundo o presidente do Senado, a tramitação começará sob os atuais regimentos e, se houver atraso na deliberação sobre as matérias, Senado e Câmara deverão se reunir e fazer as modificações necessárias.
Na opinião do presidente do Senado, o Congresso debaterá em 2003 temas importantes para a nação, de forma que o país tenha consciência de que se inicia um tempo novo de construção. Sarney defendeu ainda que o PMDB passe a formar a base de sustentação do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. -Esse é o meu desejo, votei no Lula-, afirmou.
03/02/2003
Agência Senado
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