Reitor da UCS sugere que a Uergs se dedique ao desenvolvimento regional
O reitor da Universidade de Caxias do Sul e presidente do Corede da Serra, Ruy Pauletti, pediu que a comissão responsável pela implantação da universidade estadual (Uergs) não repita os erros cometidos pelas universidades públicas federais que, segundo ele, não valorizaram o desenvolvimento regional e não priorizaram o envolvimento comunitário. Segundo ele, se uma das características da Uergs será a inovação, conforme tem sido divulgado, que ela atenda estas carências. Para marcar este comprometimento, Pauletti sugeriu que a nova instituição de ensino superior seja denominada de universidade para o desenvolvimento regional (Udergs). A audiência do Fórum Democrático para a região serrana foi realizada no auditório da UCS, em Caxias do Sul, na noite de quinta-feira.
Para justificar sua posição, o reitor da UCS disse que o Rio Grande do Sul é um dos estados brasileiros mais privilegiados em termos de universidades públicas federais. “Temos quatro e todas localizadas na Metade Sul”, afirmou. E pedindo a reflexão da platéia, indagou por que então aquela região não ter teve o crescimento que dela se esperava?” Ele mesmo respondeu: “porque houve pouca inovação tecnológica em relação a capacidade instalada e valorização inadequada dos recursos humanos existentes”. Enquanto isto, continuou Pauletti, na região Norte, as universidades comunitárias desempenharam o papel de incentivadoras do desenvolvimento. “É por isto que somos a favor da Uergs, declarou o reitor.
Apesar disto, Ruy Pauletti pediu que a nova universidade não faça concorrência e respeite as instituições de ensino superior existentes; que esteja voltada para o desenvolvimento regional; que incentive a pesquisa; e que realmente atenda os alunos mais necessitados. Como medidas complementares sugeriu que o Governo do Estado mantenha o Procred e a distribua bolsas de estudos. “Sei que a meta da Uergs é abrir vagas para 10 mil alunos, porém o número de estudantes carentes é muito maior do que isto”, disse Pauletti. Além disto, o reitor reivindicou uma atenção especial a permanência dos alunos na universidade, caracterizada através da oferta gratuita de moradia, alimentação e transporte.
Falando em nome do Governo do Estado, o secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Adão Villaverde, assegurou que a Uergs não fará concorrência as demais universidades gaúchas e que suas metas prevêem o estímulo ao desenvolvimento regional e ao acesso dos estudantes de menor poder aquisitivo. Informou, ainda, que os cursos a serem oferecidos não serão os mesmos que hoje são o centro das atenções das universidades tradicionais. “A idéia é a de criarmos uma instituição focada, dirigida, centrada na lógica da inovação”, afirmou.
Para tanto, informou que as características dos cursos da Uergs estarão voltadas para o atendimento de áreas fundamentais para o Estado, como a agroindústria, o meio ambientes, políticas públicas e da estrutura produtiva instalada no Rio Grande. Quanto a estrutura da nova universidade, Villaverde disse que ela será multicamp, priorizando a infra-estrutura estadual instalada, e que ela terá um forte relacionamento com o sistema de ensino superior existente.
Finalmente, o secretário de Ciência e Tecnologia está receptivo as sugestões apresentadas nas audiências do Fórum Democrático e que para aprimorar o projeto da Uergs já definiu que os critérios para acesso levarão em conta, além da aferição do conhecimento, o contexto sócio-econômico dos candidatos. Também assegurou que o ingresso irá se dar de forma gratuíta e que haverá apoio governamental para a permanência dos alunos desfavorecidos economicamente. Quando ao crédito educativo, entretanto, Adão Villaverde disse que se trata de um instrumento de política que precisa ser tratado separadamente das questões que envolvem a criação da Uergs. “Não podemos correr o risco de descaracterizar a intenção maior da iniciativa”, concluiu.
Estiveram presentes ao encontro os deputados Onyx Lorenzoni (PFL), José Ivo Sartori (PMDB), Roque Grazziotin (PT), Iara Wortmann (PMDB), Ronaldo Zulke (PT), Jussara Cony (PCdoB), Jorge Gobbi (PSDB), Elvino Bohn Gass (PT) e José Gomes (PT).
05/11/2001
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