Reitores pedem a Sarney mudanças na reforma da Previdência
Acompanhados do deputado Dr. Pinotti (PMDB-SP), ex-reitor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), os reitores José Carlos Souza Trindade, da Universidade Estadual Paulista, Adolpho José Melfi, da Universidade de São Paulo, e Carlos Henrique de Brito Cruz, atual reitor da Unicamp, pediram nesta quarta-feira (20) ao presidente do Senado José Sarney mudanças na proposta de reforma da Previdência (PEC 40/2003). A matéria ainda precisa ser definitivamente votada na Câmara antes de ser enviada ao Senado.
Pinotti disse que as medidas por eles apresentadas causam economia e são vitais para a sobrevivência da universidade. A primeira idéia diz respeito ao subteto que, no texto votado na Câmara, foi vinculado ao salário de governador, considerado pelos reitores um salário sujeito a injunções políticas.
- O professor universitário não pode ficar sujeito a isso. O que desejamos é que esse subteto seja ligado a um salário como o da magistratura, um salário de carreira - disse Pinotti.
O segundo pedido dos reitores refere-se à aposentadoria compulsória aos 70 anos. Pinotti definiu como um absurdo um professor no auge da sua capacidade de ensinar, pesquisar e orientar a pesquisa, ser obrigado a ir embora da universidade ao atingir 70 anos. -Com o crescimento da esperança de vida, não há nenhuma razão para isso continuar. Então propomos que a aposentadoria seja aos 75 anos-, sugeriu.
A terceira reivindicação dos reitores é concernente aos fundos de previdência complementar pública. Em vez de haver um fundo único para cada estado ou município, eles querem que os fundos possam pertencer às instituições. Como exemplo, mencionaram a hipótese de um fundo para essas três universidades, um fundo para as carreiras de Estado ou um fundo para a magistratura.
De acordo com o reitor José Melfi, o presidente Sarney mostrou-se acessível às propostas e entendeu a inquietação em que se encontra a comunidade acadêmica. Ele também disse que Sarney os tranqüilizou.
- Saímos daqui bastante satisfeitos. Aquela preocupação com a hipótese de que o Senado iria votar a reforma sem discussão parece que está totalmente descartada. Os pontos vão ser discutidos e esperamos que alguma coisa seja remediada.
20/08/2003
Agência Senado
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