Relator pretende ampliar investigação de finanças da organização de Cachoeira
O relator da CPI do Cachoeira, deputado Odair Cunha (PT-MG), deve se basear nos dados financeiros da organização investigada para definir os próximos passos a serem seguidos pela comissão. Levantamento feito pelo relator mostra que R$ 36 bilhões foram recebidos nos últimos dez anos por 75 pessoas e empresas acusadas de envolvimento no esquema que seria comandado por Carlinhos Cachoeira.
O levantamento da CPI sobre as finanças da quadrilha também identificou que 93% das 553 mil transações feitas em cheque pelos suspeitos não têm a identificação de quem pagou ou recebeu o dinheiro. Essas movimentações anônimas totalizam, segundo a assessoria do deputado, R$ 2 bilhões.
Há também R$ 1 bilhão movimentados em transferências bancárias que não foram identificadas. Nesse caso, os bancos têm os dados dos envolvidos, mas os nomes ainda não chegaram à CPI.
Segundo o relator, um trabalho específico está sendo realizado para que essas informações sejam obtidas, já que o acesso aos dados de sigilo bancário enfrenta problemas.
- Estamos indo aos bancos, vendo se o banco fez o envio e se na conversão dos dados na CPMI houve algum problema ou não - explicou.
A CPI retomará os trabalhos na segunda semana de outubro. Durante o mês de setembro, quando as reuniões estiveram suspensas, os parlamentares se dedicaram à análise da documentação e à apresentação de requerimentos. Atualmente, há 503 pedidos para serem apreciados.
Arquivamento
O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), arquivou na terça-feira (3) o inquérito sobre a ligação do deputado Stepan Nercessian (PPS-RJ) com o grupo de Cachoeira. Lewandowski seguiu recomendação do Ministério Público Federal, que não encontrou indícios suficientes para continuar a investigação.
O parlamentar admitiu ser amigo de Cachoeira e ter recorrido a ele para obter um empréstimo de R$ 160 mil, valor que teria sido devolvido após a liberação de um financiamento bancário que o deputado havia solicitado. Na decisão, Lewandowski lembrou que cabe ao Ministério Público, como titular da ação penal, pedir o prosseguimento ou arquivamento das apurações.
Com informações da Agência Câmara e da assessoria do deputado Odair Cunha
03/10/2012
Agência Senado
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