Relator quer mais tempo para ‘dialogar’ com integrantes da CPI antes de ler relatório



O deputado Odair Cunha (PT-MG), relator da CPI do Cachoeira, pediu mais tempo para ler seu relatório final com o resultado das investigações sobre as práticas criminosas atribuídas a Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

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Logo na abertura da reunião da CPI na manhã desta quinta-feira (22), o parlamentar disse que precisaria “dialogar com os pares” da comissão. A intenção dele é “apresentar um texto que espelhe o pensamento da maioria”.

– Não jogarei fora o que escrevi. Pretendo continuar dialogando com o conjunto dos membros da comissão – afirmou o deputado.

O relator se recusou a falar sobre o conteúdo de possíveis mudanças e limitou-se a dizer que “sempre é possível fazer aperfeiçoamentos"

Diante do pedido do relator, o presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) marcou nova reunião para a próxima quarta-feira (28), decisão que não agradou a todos.

O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), por exemplo, atacou Odair Cunha, dizendo que o relator estava “inseguro e intranquilo”.

– O ele vai fazer? Retirar o pedido de investigação contra o procurador-geral da República? Se o fizer vai se desmoralizar. O relatório é incorrigível. A investigação foi pessoal, direcionada e restrita. Não se apresenta relatório com essa intranquilidade. Demonstra insegurança e falta de compromisso com conteúdo – afirmou.

O deputado Miro Teixeira (PDT-RJ), por sua vez, achou boa a ideia de ler o documento somente na próxima semana.

– Se temos a chance de aprovar um relatório que mais se aproxime do pensamento médio dos integrantes da comissão, não acho que seja questão de insegurança – argumentou.

A leitura era para ter sido feita na manhã de quarta-feira (21), mas integrantes da comissão protestaram, alegando que o texto deveria ter sido entregue com pelo menos 24 horas de antecedência.

Divergências

A reunião desta quinta foi marcada mais uma vez por protestos de parlamentares que defendem mais uma prorrogação dos trabalhos para que seja possível uma nova convocação de Cachoeira, posto em liberdade depois de nove meses de prisão preventiva.

Além disso, integrantes da oposição não têm poupado críticas ao conteúdo do relatório, que apontou a responsabilização do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB) e poupou o chefe do Executivo do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT).

Outra grande divergência diz respeito ao pedido de Odair Cunha para que o Conselho Nacional do Ministério Público (CNPM) investigue a suposta demora do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, em abrir investigação para apurar o elo do bicheiro Carlinhos Cachoeira com políticos de Goiás.



22/11/2012

Agência Senado


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