PECS DA POBREZA: SUPLICY QUER REUNIÃO COM FHC ANTES DE VOTAÇÃO DE RELATÓRIO



O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) propôs nesta terça-feira (dia 25) a que a reunião entre os membros da Comissão Mista que estudou as causas da pobreza no Brasil e o presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, aconteça antes da votação do relatório do senador Lúcio Alcântara (PSDB-CE) sobre o Fundo de Combate à Pobreza, que será apresentado amanhã (dia 26) na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). Suplicy lembrou que o encontro para um diálogo direto foi sugerido pelo senador Maguito Vilela (PMDB-GO), presidente da Comissão Mista, e prontamente aceito por Fernando Henrique.Suplicy assinalou também que o diálogo em torno das propostas para acabar com a pobreza absoluta no país, ainda não passou pelos ministérios envolvidos. "A palavra de Fernando Henrique representa a coordenação dos esforços do governo. Há inúmeros pontos no relatório do senador Lúcio Alcântara que, gostaríamos, fossem levados em conta, como a integração das ações existentes e dos critérios a serem adotados", explicou o senador.Maguito Vilela informou que já havia mantido contato com o governo para tentar apressar a audiência e disse que o presidente precisa entender que a pobreza é um problema de todos e necessita de solução. Maguito disse ainda que acabar com a pobreza é difícil, mas é possível acabar com a fome de um ano para o outro. "Basta ter vontade política".Suplicy também contestou afirmação feita pelo ministro da Previdência Social, Waldeck Ornelas, em pronunciamento na TV, quando disse que o pagamento de salário mínimo a 7,5 milhões de aposentados no Brasil é o maior programa de renda mínima do mundo. "Não é verdade", afirmou Suplicy. O senador explicou que o conceito de renda mínima é prover ou suplementar uma renda suficiente para que qualquer cidadão possa suprir suas necessidades básicas. "Programa que paga um salário mínimo está longe de ser um programa de renda mínima", afirmou.Suplicy comentou ainda reportagem da jornalista Marilene Filinto, no jornal Folha de S. Paulo, em que relata conversa mantida com um prefeito não identificado. Segundo a jornalista, este prefeito afirmou que sempre deixa 20% a 30% de comissão em Brasília para conseguir liberar recursos orçamentários destinados ao seu município. Suplicy informou já ter solicitado ao presidente da Comissão Mista de Orçamento, senador Gilberto Mestrinho (PMDB-AM), intervenção junto à Câmara dos Deputados para acelerar a tramitação do projeto de lei que pune a improbidade administrativa e que se encontra na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.O senador Eduardo Siqueira Campos (PFL-TO) apoiou a sugestão de Suplicy para a aprovação da lei que pune a improbidade administrativa e lamentou que o prefeito mencionado pela jornalista, não tenha denunciado quem leva a comissão. O senador também defendeu a aprovação, ainda este ano, da lei de responsabilidade fiscal para começar a mudar o perfil político das eleições para prefeitos.

25/01/2000

Agência Senado


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