Relator quer que ministros de FHC devolvam dinheiro
"Se os ministros do governo Lula acusados de uso indevido do cartão corporativo devolveram dinheiro aos cofres públicos, os ministros do governo passado precisam devolver também", afirmou em entrevista, após a leitura do relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Cartões Corporativos , o relator, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ).
- Os casos citados de ministros do governo passado foram por pagamento de alimentação em Brasília, o mesmo erro cometido por ministros do atual governo que devolveram dinheiro - disse Luiz Sérgio.
No relatório, Luiz Sérgio atribui a enganos as irregularidades cometidas com cartões de crédito corporativo pelos ministros Orlando Silva (Esporte), Altemir Gregolin (Secretaria Especial da Aqüicultura e Pesca), e Matilde Ribeiro (ex-ministra da Secretaria Especial da Igualdade Racial) do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Os três devolveram recursos aos cofres públicos.
Ainda no texto, o deputado aponta indícios de irregularidades cometidos pelos ex-ministros Paulo Renato Souza (Educação), Martus Tavares (Planejamento), Pimenta da Veiga (Comunicação), Raul Jungmann (Reforma Agrária), e Francisco Weffort (Cultura), do governo Fernando Henrique Cardoso.
Também em entrevista após a reunião, a presidente da CPI Mista, senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), mais uma vez considerou positivo o resultado dos trabalhos da comissão. Para a senadora, as normatizações sugeridas pelos parlamentares permitirão que os cartões sejam usados "com mais critério".
Marisa lamentou, porém, que o relatório final não tenha sequer citado a questão do dossiê contendo gastos sigilosos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. A senadora garantiu mais uma vez que não houve acordo entre governo e oposição para que as investigações não prosseguissem e lamentou não ter sido possível aprofundá-las. A presidente lamentou ainda que tenha faltado "contundência e aprofundamento" no relatório final apresentado por Luiz Sérgio.
- Para fazer investigações, você tem que ter a oportunidade de aprofundar as buscas. A ministra [da Casa Civil] Dilma Rousseff tinha que ter sido ouvida - disse a senadora.
03/06/2008
Agência Senado
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