Remessas de lucro de filiais no Brasil para exterior recuaram este ano
As remessas líquidas de lucros e dividendos de filiais no Brasil para empresas no exterior recuaram nos primeiros meses deste ano devido à menor atividade econômica, segundo avaliou o chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Tulio Maciel.
No primeiro trimestre do ano, essas remessas líquidas, descontadas as receitas recebidas pelo País, chegaram a US$ 3,474 bilhões, contra US$ 8,398 bilhões registradas em igual período de 2011. Somente em março deste ano, essas remessas totalizaram US$ 1,965 bilhão, ante US$ 3,716 bilhões de igual mês de 2011.
Segundo Maciel, a menor atividade econômica influencia na redução dos lucros e, por consequência, nas remessas. Outro fator de desestímulo foi o dólar mais alto.
As remessas de lucros e dividendos fazem parte da conta de rendas, formada também por juros, salários e rendas de investimentos. Essa conta fechou o mês de março negativa em US$ 2,359 bilhões. No primeiro trimestre, o resultado negativo ficou em US$ 5,805 bilhões.
Outra conta divulgada pelo BC é a de serviços (viagens internacionais, transportes, aluguel de equipamentos e outros) que registrou deficit de US$ 3,286 bilhões, no mês passado, e US$ 9,432 bilhões, de janeiro a março deste ano.
O BC também analisa a balança comercial (exportações e importações), que registrou superavit de US$ 2,019 bilhões, em março, e acumulou US$ 2,437 bilhões, nos três meses do ano.
As transferências unilaterais correntes - doações e remessas de dólares que o País faz para o exterior ou recebe de outros países, sem contrapartida de serviços ou bens - registraram ingressos líquidos de US$ 307 milhões, no mês passado, e US$ 686 milhões, de janeiro a março.
Todos esses números estão incluídos na conta de transações correntes, que registra as compras e vendas de mercadorias e serviços do Brasil com o exterior.
Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, o resultado das transações correntes em março veio melhor do que o esperado devido ao “melhor desempenho da balança comercial nas últimas semanas do mês e à redução das remessas de lucros e dividendos”.
Em março, o deficit em transações correntes ficou em US$ 3,32 bilhões. No primeiro trimestre do ano, o saldo negativo ficou em US$ 12,113 bilhões.
Apesar desse resultado melhor no início do ano, a expectativa é que o deficit em transações correntes se amplie ao longo de 2012, à medida que a atividade econômica mostre maior crescimento. Segundo ele, o gradual crescimento da economia leva à maior demanda do Brasil por bens e serviços do exterior e isso tende a se refletir no déficit em transações correntes.
Ainda, segundo Maciel, o crescimento do deficit no ano está dentro do esperado. A expectativa do BC para o ano é que esse resultado negativo fique em US$ 68 bilhões, o que deve corresponder a 2,57% de tudo o que o País produz - Produto Interno Bruto (PIB). No primeiro trimestres do ano, essa relação ficou em 1,92%.
Fonte:
Agência Brasil
24/04/2012 18:55
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