Renan Calheiros diz que rito das MPs transforma senadores em despachantes




Em discurso nesta quinta-feira (2), o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), disse que a atual forma de tramitação de medidas provisórias (MP) no Congresso Nacional gera um "clima de desgaste", como ocorreu na noite de quarta-feira (1º) no Plenário. Para o parlamentar, o Senado corre o risco de "ficar atrofiado, se ficar votando MP de última hora".

- Essa situação rebaixa os senadores a meros despachantes de MPs - lamentou.

O senador lembrou que o novo rito das medidas provisórias previsto na Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 11/11, que tramita no Senado, foi tratado em uma reunião do PMDB com o vice-presidente da República, Michel Temer.

Dívidas dos estados 

Renan Calheiros informou ao Plenário que outros temas importantes foram tratados em reuniões do partido durante a semana, como as dívidas dos estados com a União e o novo Código Florestal.

O senador disse que o PMDB defende uma alteração no indexador que corrige a dívida dos estados com a União. O indexador atual é o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), com acréscimo de 6% a 9%, dependendo do estado. Segundo o senador, essa correção é incompatível com a realidade do país e com a capacidade dos estados. Ele defendeu a transformação de 20% do valor dessas dívidas em investimentos em educação e saúde nos estados devedores.

O parlamentar informou que os senadores Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC) e Eduardo Braga (PMDB-AM) vão elaborar uma proposta com soluções a serem apresentadas ao Ministério da Fazenda. Renan Calheiros disse, ainda, que o tema foi tratado com a presidente Dilma Rousseff, durante almoço na quarta.

- É ilógico a União pretender faturar financeiramente sobre os estados - declarou o senador.

Antonio Palocci

Renan Calheiros disse discordar do colega Pedro Simon (PMDB-RS), que pediu o afastamento do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci. Segundo Renan, o ministro é um quadro importante do governo federal para ajudar no aprimoramento das relações políticas entre os poderes. O senador disse que Palocci não se furtará a responder as dúvidas remanescentes quanto à sua atividade passada como consultor.

O senador acrescentou que a presidente Dilma Rousseff pode contar com o apoio e a solidariedade do PMDB.

- O partido não vai participar de nenhuma conspiração para expor o governo ou o ministro Palocci - afirmou.



02/06/2011

Agência Senado


Artigos Relacionados


Íntegra da carta de Renan Calheiros aos senadores

Senadores elogiam atuação de Renan Calheiros à frente da Presidência do Senado

Senadores responsabilizam Renan Calheiros por desgaste da instituição junto à opinião pública

Banco de dados federativos do Congresso agilizará trabalho dos senadores, informa Renan Calheiros

Renan diz que rito processual decidido por Quintanilha tem de ser visto com naturalidade

Rito de julgamento de Renan será amparado no Direito, diz Tião Viana