Renan diz que rito processual decidido por Quintanilha tem de ser visto com naturalidade



O presidente do Senado, Renan Calheiros, pediu na manhã desta terça-feira (02) que seja visto com naturalidade o rito processual adotado pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. O presidente do conselho, Leomar Quintanilha (PMDB-SE), designou o senador Almeida Lima (PMDB-SE) para relatar duas representações contra Renan que tramitam naquele colegiado. Referem-se a acusações de que Renan teria se utilizado de terceiros para comprar empresas de comunicação em Alagoas e de que teria participado de um esquema para desviar recursos de ministérios comandados pelo PMDB.

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- Não soa como provocação à opinião publica terem colocado um aliado do Sr. como relator? - indagou um jornalista, na chegada ao Senado.

- Nós tivemos 46 votos na absolvição. Fica difícil saber quem é o principal aliado ou quem é a vanguarda da oposição. Isso é um processo político; processo político é assim mesmo. Você tem que ver os fatos, as provas e, a partir, daí decidir o que fazer.

- Isso não pode resultar no questionamento sobre a isenção do processo?

- Não. O importante é ver tudo isso com a naturalidade que o caso requer. Uma das petições foi assinada pelo Democratas e pelo PSDB. Quer dizer, o inusual seria colocar uma dessas pessoas como relator, já que eles assinaram a própria petição. O importante é que o conselho se comporte com seriedade, levante o que precisar ser levantado, para que tenhamos um julgamento correto, como tivemos das outras vezes. Que cada um vote de acordo com sua consciência: a questão é política - ressaltou.

Renan afirmou ainda que, como acusado nessas representações, não lhe compete emitir comentários sobre o que se passa no Conselho de Ética. Ele lembrou que, na ocasião em que escolheram os senadores Renato Casagrande (PSB-ES) e Marisa Serrano (PSDB-MS) para relatar uma das representações, também não quis se manifestar.

- Naquela ocasião, eu também não disse nada. É o presidente quem escolhe, a competência é dele. Tudo que diz respeito a esse processo, eu passei para o senador Tião Viana (PT-AC) e para o Conselho de Ética. Eu não discuto nada dele no dia-a-dia.

- Presidente, a oposição promete apresentar um voto em separado...

- Olha, o processo político tem tensões, as coisas esquentam, acalmam. O importante é que meu estado de espírito é trabalhar para que isso tudo volte ao normal, para que o Senado volte a decidir. Acho que isso é possível, a democracia precisa disso, o país quer que o Senado faça isso. E é importante que façamos isso agora - destacou Renan. 



02/10/2007

Agência Senado


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