Renan Calheiros é o novo líder do PMDB e pede prioridade à votação de reformas



Eleito por aclamação novo líder do PMDB, o senador Renan Calheiros (AL) defendeu nesta quarta-feira (dia 21) a pacificação política e a retomada da votação de reformas, especialmente as que apontou como de "segunda geração". Ele quer incluir entre as prioridades do Legislativo temas como a reforma tributária, a regulamentação das medidas provisórias e o combate à violência urbana.

- O Senado é uma Casa de convergência e precisa voltar à normalidade. Temos de acabar com essa odiosidade, elevar o debate e discutir temas que interessam à população - afirmou Calheiros logo após sua indicação pela bancada, referindo-se ao clima que precedeu a eleição da Mesa.

O senador Ney Suassuna (PMDB-PB), que também era candidato à liderança, abriu mão da disputa em nome da unidade partidária. "O partido é maior do que qualquer candidatura", disse Suassuna, que relatou à bancada ter recebido um apelo do presidente Fernando Henrique Cardoso pela manutenção da unidade do PMDB. Ex-presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), o senador colocou-se à disposição do partido, mas assegurou não estar preocupado com um futuro cargo. "Não estou procurando compensação", afirmou Suassuna.

De acordo com Renan Calheiros, somente depois do carnaval os líderes partidários se reunirão para discutir a divisão, entre eles, das presidências das comissões permanentes do Senado. Ele adiantou, contudo, que o PMDB, como maior bancada, quer ser o primeiro a escolher uma comissão. Caberá à bancada, previu o senador, definir se a indicação recairá sobre a própria CAE, também reivindicada pelo PSDB, ou sobre outra comissão.

Calheiros defendeu a adoção de uma agenda positiva para o país. O primeiro item dessa agenda, na sua opinião, deve ser a proposta de reforma tributária. "Sem essa reforma, as empresas brasileiras não conseguirão obter competitividade na economia mundial", observou o senador. Ainda na área econômica, ele defendeu a regulamentação do artigo 192 da Constituição, que trata do sistema financeiro nacional, e a votação do projeto da nova Lei das Sociedades Anônimas.

Os problemas das grandes cidades também deverão ser incluídos, na opinião do novo líder, na agenda positiva que defende para o país. "Precisamos nos debruçar sobre o caos urbano", recomendou Calheiros. Ele sugeriu a discussão, pelo Congresso Nacional, do tema da violência e a aprovação do projeto que vai definir os mecanismos para a concessão de serviços de saneamento básico. Por fim, o senador defendeu a regulamentação definitiva da edição de medidas provisórias pelo governo.

21/02/2001

Agência Senado


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