Renan confia em clima de conciliação entre governo e oposição no próximo mandato de Lula



O presidente do Senado, Renan Calheiros, afirmou neste domingo (31) que o chamamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para uma conciliação deve ser estimulado. Segundo o senador, é importante a união de esforços para que seja dada continuidade às reformas no Brasil, visando a um crescimento mais rápido do país, à redução das desigualdades e à promoção da inclusão social.

- O Brasil não pode perder o bonde da História. A sociedade nos cobra muito isso e precisamos interagir com a sociedade - destacou o senador.

Sobre as suas expectativas em relação ao novo governo, Renan afirmou que o povo fez uma clara opção pela continuidade de um projeto.

- Precisamos fazer agora os aperfeiçoamentos institucionais em todos os Poderes da República - acrescentou.

Em conversa com os jornalistas na residência oficial do Senado, antes de receber o governador eleito do Distrito Federal, José Roberto Arruda, o vice-governador eleito, Paulo Octávio, e outras autoridades locais, o presidente do Senado disse também acreditar que o confronto governo/oposição durante o segundo mandato de Lula estará muito diluído, depois da convocação do presidente da República para a conciliação. Segundo Renan, haverá alguns "recalcitrantes", mas a maioria estará disposta ao diálogo.

O presidente do Senado disse que as reformas de que o país precisa devem ser feitas ainda em 2007, porque, do contrário, haverá dificuldades pelos complicadores eleitorais "óbvios". Para o senador, as reformas devem ser, sobretudo, as dos sistemas político e tributário.

- É preciso simplificar o sistema tributário, ampliar a base, fazê-lo mais justo, estabelecer mecanismos para que toda a vez que aumente a produção diminua a carga tributária. É preciso encontrar um modelo que contemple a todos - defendeu.

Sobre os novos nomes para o ministério do governo Lula, Renan disse apenas que o presidente deve sinalizar para algumas pessoas, mas não conversou especificamente com ele sobre o PMDB. Para o presidente do Senado, tanto a Câmara quanto o Senado devem indicar ao presidente da República nomes para o novo ministério a partir de critérios como competência e probidade.

Quanto às eleições para as Mesas da Câmara e do Senado, Renan disse que elas são completamente diferentes e acrescentou que sua participação no processo da Câmara seria imprópria, indevida e deselegante. O senador afirmou que é muito amigo do atual presidente da Casa, Aldo Rebelo, com quem estudou junto e fez política estudantil, e que também é amigo do deputado Arlindo Chinaglia.

- Essa é uma questão que eles precisam resolver na Câmara - declarou.É sempre muito delicada, é preciso ter paciência.

Ao ser indagado sobre as presidências das comissões permanentes do Senado, Renan disse que deve ser seguida a proporcionalidade partidária. O senador adiantou alguns de seus objetivos caso seja reeleito.

- No Senado, há uma administração mais profissional. O objetivo é melhorar os controles e abrir espaço ao máximo com relação a pessoas mais emblemáticas na Casa, quer seja nas comissões, quer seja na Mesa. Gostaria muito de poder contar com senadores como Jefferson Péres (PDT-AM) e Pedro Simon (PMDB-RS), em qualquer lugar em que se sintam confortáveis - concluiu.



31/12/2006

Agência Senado


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