Jereissati: PSDB fará oposição "dura e enérgica" no segundo mandato de Lula



O presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), declarou nesta segunda-feira (30), em entrevista coletiva, que a postura do PSDB em relação ao governo federal não será alterada durante o segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

- Faremos a mesma oposição que fizemos durante o primeiro mandato de Lula: dura e enérgica - disse o senador, acrescentando que o PSDB não deixará de "discutir e votar os pontos fundamentais para o país".

Indagado por jornalistas, Jereissati negou qualquer possibilidade de que integrantes de seu partido aceitem cargos no governo federal. Ele ressaltou que, assim como esta eleição colocou Lula na Presidência da República, também colocou o PSDB na oposição.

- Vamos ser aquilo a que os eleitores nos destinaram - disse o senador, destacando que o PSDB "respeita a decisão do povo brasileiro".

Se, por um lado, Jereissati parabenizou o presidente reeleito e o PT no início da entrevista, em outro momento ressalvou que "eleição não significa anistia para crimes", referindo-se às investigações sobre a tentativa de compra de um dossiê que incriminaria candidatos do PSDB.

Razões da derrota

Ao responder sobre as razões da derrota de Geraldo Alckmin na disputa pela Presidência da República, Jereisssati argumentou que, neste momento (um dia após a realização do segundo turno), ainda é difícil analisar os motivos desse resultado. Ele destacou, porém, que o candidato de seu partido pode ter sido prejudicado "pela boataria" de que iria privatizar o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, a Petrobras e Banco do Nordeste, e de que iria acabar com o programa Bolsa-Família e a Zona Franca de Manaus.

- Não tivemos agilidade para desmentir esses boatos em tempo hábil - disse o presidente do PSDB.

Comentando a vitória de Cid Gomes (PSB) na disputa pelo governo do Ceará, Jereissati afirmou que, "após 20 anos no poder, um partido [no caso, o PSDB cearense] se acomoda e relaxa, e então precisa passar por um processo de repurificação". E, ao ser questionado sobre a instituição da reeleição, Jereissati declarou que não podia falar em nome do PSDB, mas que, em sua opinião, "a reeleição não deu certo no Brasil".

30/10/2006

Agência Senado


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