Renan cumpre prazo e entrega defesa prévia a Jefferson nesta quarta



O presidente licenciado do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), encaminhará nesta quarta-feira (24) ao senador Jefferson Péres (PDT-AM) sua defesa prévia no processo em que é acusado de se associar ao usineiro João Lyra para comprar de forma clandestina um jornal e uma emissora de rádio em Alagoas. Segundo Jerfferson, que é o relator da terceira representação apresentada contra Renan no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, o presidente licenciado o informou que a defesa será entregue por um advogado.

VEJA MAIS

Apesar de ter entrado nesta segunda-feira (22) de licença médica, Renan decidiu cumprir o prazo de cinco sessões para rebater a denúncia apresentada pelo PSOL.

O relator explicou que defesa de Renan terá como base o depoimento do usineiro prestado no dia 16 de agosto ao corregedor-geral do Senado, Romeu Tuma (PTB-SP). Na ocasião, o empresário alagoano confirmouo que dissera à imprensa: foi sócio de Renan em veículos de comunicação adquiridos porR$ 2,6 milhões.

Para reforçar sua acusação Lyra apresentou documentos comprobatórios do negócio, como recibos e notas promissórias assinadas pelo primo e suposto testa-de-ferro de Renan, Tito Uchôa.

- Vou ver como o Renan rebate essas acusações, para então ouvir novamente o João Lyra. Esse é o curso normal de uma investigação - explicou Jefferson.

O senador refutou as insinuações de que estaria se sentindo inseguro para apresentar elementos que condenassem o presidente do Senado.

- Estão me entendendo mal. O que disse é que a recusa do usineiro em fazer uma acareação com Renan poderia tirar a força do relatório - corrigiu o relator.

Jefferson, porém, não pretende desistir da acareação. Poderá inclusive propor a João Lyra que seja feita de forma reservada - na presença apenas do relator do presidente do conselho, senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO), e dos advogados de Renan e Lyra. Mas Renan também terá de concordar com o encontro.

O relator está aguardando resposta aos convites para depor enviados pelo Correio a Tito Uchôa e ao empresário Nazário Pimentel, que teria vendido o jornal e as rádios a Renan e Lyra. Além disso pretende ouvir cerca de três pessoas, cujos nomes não quis mencionar. Uma delas é um funcionário do gabinete de Renan.

Conforme Tuma, outro suposto testa-de-ferro da operação entre o presidente do Senado e o usineiro é Carlos Santa Rita. O corregedor-geral também mencionou o nome de Luiz Carlos Barreto, ex-diretor-executivo do jornal supostamente adquirido por Renan e Lyra, e que teria participado da transação na qualidade de sócio de Pimentel.

Uma das linhas de apuração do relatoré esclarecer qual era a renda real de Tito Uchôa, de formaa determinar se ele tinha condições de adquirir veículos de comunicação. De acordo com Tuma, o valor total das notas promissórias assinadas por Uchôa é de R$ 650 mil, sendo R$ 350 mil no fechamento negócio e o restante em prestações.

- Na documentação que examinei há comprovantes de pagamentos mas nenhum assinado pelo senador Renan Calheiros - observou o relator.

Na época do depoimento de João Lyra, Tuma informou que, na documentação apresentada pelo usineiro, há uma carta de Renan Calheiros para o usineiro confirmando a renovação da concessão da emissora de rádio.



23/10/2007

Agência Senado


Artigos Relacionados


Renan entrega defesa prévia a Jefferson nesta quarta

Suassuna vai apresentar defesa prévia no limite do prazo estabelecido

Defesa de Renan já está com Jefferson

Renan entrega defesa no Conselho de Ética

Renan abre mão de prazo para defesa final no Conselho de Ética

Jefferson diz ter condições de apresentar na quarta-feira relatório sobre representação contra Renan