Renan diz que é preciso mudar radicalmente a segurança pública
O presidente do Senado, Renan Calheiros, entende que é preciso aperfeiçoar o ordenamento institucional brasileiro e, dentro dele, mudar radicalmente a segurança pública no Brasil. Ele deu essa declaração logo depois de despedir-se do primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates, e ser questionado pela imprensa a respeito da violência que assusta a população de São Paulo.
- É preciso mudar esse capítulo inteiro da Constituição federal, esse artigo 144, que dispõe sobre segurança pública no Brasil. É preciso mudar a maneira de investigar, é preciso melhorar as polícias do ponto de vista das condições de trabalho e do ponto de vista salarial. É preciso dar condições dignas de trabalho aos policiais - defendeu o presidente do Senado.
Renan Calheiros também disse que é preciso agilizar as demandas judiciais e fazer funcionar o Juizado de Instrução, para que, quando acontecer o fato delituoso, se investigue todo mundo ao mesmo tempo, priorizando a celeridade e trabalhando contra a impunidade.
- São mudanças profundas que terão que ser enfrentadas, que terão que ser feitas e é preciso que todo mundo colabore para isso. O Senado já fez a sua parte, mas nós vivemos o bicameralismo e as coisas precisam andar suficientemente nas duas Casas do Congresso - enfatizou.
Os mesmos jornalistas perguntaram sobre as novas denúncias do deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) na CPI dos Sanguessugas e sobre o comentário do senador Wellington Salgado (PMDB-MG) de que todo dia "ele solta uma bomba". Renan disse que não lhe cabe discutir esse assunto.
- Eu não quero entrar nesse tipo de discussão, porque tenho que manter a isenção. Seja qual for o resultado da investigação, vai vir para a Mesa diretora e eu terei de tomar posição. Então, eu tenho que ter isenção, racionalidade, equilíbrio, muita responsabilidade, e é isso que tem guiado meus passos - disse.
O presidente do Senado também foi indagado sobre a manutenção do senador Ney Suassuna (PB), um dos envolvidos nas denúncias investigadas pela CPI, na liderança do PMDB.
- Eu não posso discutir aspectos da própria investigação, para não perder a isenção a que acabo de me referir. Meu problema é dar força à investigação e fazer o que precisa ser feito, em benefício do esclarecimento e das respostas que a sociedade continua a cobrar. Mas farei isso tudo com absoluta isenção - reiterou Renan.
09/08/2006
Agência Senado
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