Dnit diz que é preciso mudar a matriz de transporte do Brasil



O diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antonio Pagot, defendeu na terça-feira (29), a mudança da matriz de transporte no Brasil, que é basicamente rodoviária, para atender o crescente aumento da carga transportada e tornar os produtos brasileiros mais competitivos. Pagot apresentou avanços na área de transporte rodoviário e destacou a ampliação dos investimentos no modal ferroviário e hidroviário durante a solenidade de reinstalação da Frente Parlamentar de Logística de Transportes e Armazenagem (Frenlog), na Câmara dos Deputados, em Brasília.

“Além do aumento da produção do agronegócio, temos ainda o transporte de minério, com quase 40% passando por nossas estradas. A parte rodoviária vai atender, mas o fundamental, em nosso caminho, é a mudança na matriz de transporte”, disse o diretor-geral do Dnit. 

Pagot lembrou o potencial hídrico do Brasil e enumerou os investimentos previstos pelo governo federal no setor, de R$ 2,7 bilhões entre 2011 e 2014, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). ”São cerca de R$ 300 milhões na hidrovia do São Francisco, R$ 150 milhões na hidrovia do Tocantins, R$ 650 milhões para a hidrovia Tietê-Paraná, além de investimentos em estudos e projetos”, relatou. 

De acordo com o diretor-geral, um investimento de R$ 12 bilhões na hidrovia Tietê-Paraná nos próximos anos poderia representar um salto de 5 para 30 milhões de toneladas transportadas por ano na região de maior  crescimento econômico do País. O serviço também seria realizado a custos bem mais baixos do que os de construção de rodovias. “Precisamos de um transporte mais competitivo, que é o hidroviário”, disse.               

A aprovação do Plano Nacional de Viação Ferroviária, em 2009, representou, na avaliação do diretor-geral do Dnit, um novo cenário de implantação ferroviária no Brasil. Ao citar as ações em andamento nas ferrovias Transnordestina, Norte-Sul e Ferrovia de Integração do Centro-Oeste, Pagot ressaltou a necessidade de investimentos em armazenagem nos pontos de entroncamento das ferrovias e destas com rodovias.

“Em inúmeras regiões, na época das grandes safras, sofremos com a falta de armazéns. Precisamos por foco em um programa de armazenagem para sair daqueles atuais 15% de armazenamento em nível de fazenda”, frisou. Para que isso ocorra, é necessário contar com custeio adequado na forma de financiamentos com juros compatíveis e de longo prazo.

Pagot disse ainda que as rodovias brasileiras apresentaram um bom avanço com a retomada dos investimentos em manutenção após muitos anos de recursos baixíssimos. “Estamos com 65% de rodovias em estado bom e satisfatório e 15% em situação ruim, que deverá ser superada até 2014”, previu. Segundo informou, o departamento investe em média R$ 5 bilhões ao ano em manutenção, recursos que considera suficientes para manter a qualidade das estradas.

Criada em 2009, a Frenlog  tem como objetivo agregar parlamentares para avançar nas proposições legislativas que visem melhorias na infraestrutura brasileira.


Fonte:
Dnit



29/06/2011 17:59


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