Renan diz que o conselho não pode investigá-lo e leva seu caso ao procurador-geral da República
A Assessoria de Imprensa da Presidência do Senado divulgou por volta das 19h30 desta terça-feira (10) o texto da petição que o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), enviou ao procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, solicitando a elucidação dos fatos envolvendo a representação que corre contra o senador no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado.
De acordo com o texto, "pressionado pela imprensa, que distorce a verdade dos fatos, adulterando o teor dos atos processuais praticados, bem assim dos documentos por mim apresentados, colocando-os sob injusta suspeição", o conselho entendeu que deveria realizar perícia em papéis constantes de sua defesa. Tratam-se de notas fiscais, guias de transporte e comprovantes de vacina.
Conforme o presidente do Senado, o Conselho de Ética "não tem poderes investigatórios típicos das autoridades judiciárias", e, portanto, não poderia ter pedido à Polícia Federal que periciasse os documentos.
No entender de Renan, a PF ultrapassou os limites da tarefa que lhe foi solicitada pelo conselho, e passou a investigar, sem a autorização do Supremo Tribunal Federal, um senador da República. Mais: a autoridade policial "apresentou conclusões que, não sendo opostas às da Secretaria de Controle Interno do Senado, pelo menos estabelecem confusão sobre os seus acertos".
"Fomenta-se no Conselho de Ética um ambiente no qual toda e qualquer solicitação de investigação é cercada de constrangimentos", diz Renan em sua petição ao procurador-geral. Em seguida, reafirma que já enviou àquele colegiado "todos os documentos hábeis à comprovação da improcedência das imputações".
Renan diz ainda que está entre a imprensa e o conselho "na condição de investigado, interessado na verdade real, que não pode ser alcançada integralmente" pelos senadores, por falta dos meios investigatórios típicos da atividade jurisdicional. Por essa razão, o presidente do Senado encaminhou, juntamente com a petição, os documentos objetos da perícia, pedindo que seja estabelecida a sua autenticidade, indicando, em tese, que a falsidade o sujeitaria a processo com base no Código Penal.
"Vossa Excelência é a autoridade competente para deflagrar investigações e processos judiciais criminais contra os membros do Congresso Nacional", afirma na petição.
10/07/2007
Agência Senado
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