Renan: "Não haverá crise institucional envolvendo o Senado"



O presidente Renan Calheiros chegou na manhã de sexta-feira (22) ao Senado afirmando que não haverá crise institucional envolvendo a Casa. Ele disse que o Senado está funcionando normalmente, votando matérias, e continua dedicado a seu trabalho de legislar. Também disse que não permitirá devassa na vida de nenhum senador. A primeira pergunta que lhe fizeram foi sobre as preocupações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com relação a uma crise envolvendo a instituição.

- Não haverá crise institucional envolvendo o Senado. O Senado está funcionando normalmente. Nós votamos duas medidas provisórias; recebemos chefes de Estado, chefes de governo. As comissões permanentes votaram durante toda a semana, funcionaram normalmente. E nós acertamos com os líderes partidários que vamos, na próxima terça-feira (26), votar as demais medidas provisórias, votar os projetos sobre zonas de processamento de exportação, os casos da Sudam e da Sudene. As negociações estão adiantadas. Enfim, o Senado está funcionando e vai continuar funcionando - garantiu Renan.

Perguntaram-lhe então se há risco de paralisia no Legislativo.

-Absolutamente, não há risco de paralisia. Não há nada a explicar. As explicações que tinha para serem dadas eu já as dei. Autentiquei a veracidade delas, de modo que estou absolutamente tranqüilo, cumprindo meu papel, cuidando das minhas responsabilidades, como sempre fiz - ressaltou.

Nesse momento, Renan foi indagado por uma repórter sobre o que fará nos próximos dias:

- O senhor fica no fim de semana em Brasília?

- Não sei. Vou combinar com minha mulher, lá em casa.

- O senhor fica apreensivo em voltar para Alagoas?

- Não, muito pelo contrário. O que houve no início desse processo 'kafkiano' foi que nós tínhamos as provas e precisávamos apresentar as provas. Autenticamos as provas e apresentamos as provas. Agora não, agora eu já provei a minha inocência, eu tenho que aguardar o que vai acontecer - disse.

O presidente do Senado foi perguntado então sobre o desejo de alguns parlamentares de que a acusação a que responde, no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, baseada na suspeita de que pagou pensão alimentícia a uma filha menor mediante os favores de um lobista, deveria ser encaminhada ao Supremo Tribunal Federal.

- Não sei. Não é problema meu. Eu não vou é permitir que o Senado entre em crise institucional. Quem está pensando nisso está redondamente enganado. O Senado é uma instituição importante, tem 180 anos, e construiu a democracia brasileira, que é insubstituível. Nós temos é que fortalecer o Senado - ressaltou.

Na mesma ocasião, Renan se referiu aos documentos apresentados, há duas semanas, em Plenário, para amparar sua defesa.

-Eu fiz questão de entregar meus documentos, que são documentos verdadeiros, atestados, mas eu não vou permitir de forma nenhuma que façam devassa na vida de nenhum senador - reiterou.

Em Plenário, Renan voltou a dizer que há um acordo na Casa para votar, na próxima semana, medidas provisórias e matérias pendentes de decisão, como a chamada emenda 3 - aprovada no Senado e vetada pelo presidente Lula - que havia sido incluída em medida provisória e que limitava a atuação da fiscalização sobre profissionais contratados por empresas sob a forma de pessoa jurídica.

- São matérias que a Casa assumiu que vai votar e vamos votar na próxima semana - garantiu Renan.



22/06/2007

Agência Senado


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